Ao assumir o novo mandato ontem, o presidente do Equador, Rafael Correa, deixou claro que os antigos embates entre o governo e a imprensa do país devem continuar. Correa usou grande parte de seu discurso de posse para criticar grupos de mídia, afirmando que manipulam a informação e violam a ética jornalística. Reeleito com 57% dos votos e ampla maioria no Congresso, seu novo mandato desperta temores em associações de liberdade de imprensa sobre a aprovação de uma nova lei que limite os meios de comunicação no país.
Esta é a terceira posse de Correa, que chegou à Presidência em 2007 e dois anos mais tarde reformou a Constituição, sendo ratificado no cargo para um novo período de quatro anos. Este ano, Correa foi novamente reeleito, com mais do dobro do índice do segundo colocado, impulsionado principalmente por programas sociais a exemplo do antigo aliado, o falecido presidente venezuelano Hugo Chávez.
No discurso de posse na Assembleia Legislativa, Correa classificou a imprensa da América Latina como má, acusando-a de violar diariamente a ética, de silenciar e manipular a informação.
"Se o presidente responde, é repressão. Uns são mais livres do que os outros?", questionou o presidente.
A maioria legislativa governista informou que, deve votar a curto prazo uma lei sobre os meios de comunicação e jornalistas. O presidente do Sindicato Nacional dos Jornalistas, Vicente Ordonez, disse que o objetivo da lei é "fechar os espaços para conseguir uma imprensa mansa".
Correa tem mais de dois terços de maioria no Congresso, sua popularidade está alta, a economia está estável e a oposição, desarticulada.