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Quito – O presidente eleito do Equador, o esquerdista Rafael Correa, visitará o Brasil no dia 7 de dezembro, a convite do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva. Fontes de Brasília dizem que Lula faz questão de conversar com Correa antes da posse do equatoriano, marcada para o dia 15 de janeiro. Depois do encontro, ambos devem seguir juntos para a Bolívia, onde participarão da Cúpula Sul-Americana, que será realizada em Cochabamba nos dias 8 e 9 de dezembro.

A vitória de Correa no segundo turno eleitoral, prenunciada por pesquisas de boca-de-urna e pela vantagem aberta logo no início da apuração, consolidou-se ontem. Com 95,35% dos votos apurados, Correa tinha mais de 15 pontos porcentuais de vantagem sobre seu rival, o milionário Álvaro Noboa, do Partido Renovador Institucional Acción Nacional (Prian). Correa estava com 57,9% dos votos e Noboa com 42,1%.

Identificação

Correa, de 43 anos, afirmou que seu triunfo nas urnas é um sinal de que a América Latina "está mudando de época". A declaração foi publicada ontem no jornal chileno "El Mercurio". Ele afirmou sentir-se "plenamente identificado" com os governos de Lula; Néstor Kirchner (Argentina), e Michelle Bachelet (Chile). As afirmações surpreenderam os que o identificam com o populismo do venezuelano Hugo Chávez, de cuja imagem política Correa parece querer se descolar, embora cite Chávez como um "amigo pessoal".

O esquerdista já está planejando reformas radicais para o próximo mandato, o que o colocará em rota de colisão com o Congresso controlado pela oposição. Durante a campanha, ele classificou o Congresso do Equador como um "esgoto" de corrupção.

Desafio

"Este país não precisa ser remendado. Ele precisa de uma nova Constituição que esteja em sintonia com os novos tempos", afirmou. O problema é que o Congresso teria de aprovar uma reforma constitucional para permitir a abertura de uma Assembléia Constituinte. A Casa bloqueou as tentativas dos dois últimos presidentes de rescrever a Constituição.

Os legisladores também depuseram os três últimos presidentes eleitos, violando os procedimentos de impeachment.

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