Luisa González, do movimento Revolução Cidadã, do ex-presidente de esquerda Rafael Correa (2007-2017), e o empresário Daniel Noboa foram os mais votados no primeiro turno da eleição presidencial no Equador, realizado nesse domingo (20). Eles superaram outros seis candidatos e se enfrentarão no segundo turno, marcado para 15 de outubro.
Com quase 78% dos votos apurados, González soma 33,19% dos votos, e Noboa, 24,04%. Quem vencer completará o período presidencial até 2025, já que o presidente conservador Guillermo Lasso, eleito em 2021, antecipou eleições como resposta à crise política no país.
O Equador também vive uma grave crise de segurança pública. Ameaças e atentados a candidatos foram registrados ao longo da campanha e o evento mais extremo foi a morte do postulante à presidência Fernando Villavicencio, assassinado em Quito no último dia 9.
González, de 45 anos, é advogada, foi deputada nacional e exerceu diversos cargos durante a gestão de Correa, como assessora da Secretaria das Comunicações e Informação da presidência e secretária de Administração Pública.
Apesar de Correa ter sido condenado a oito anos de prisão por corrupção (não está preso porque recebeu asilo na Bélgica), a candidata disse que ele será “um dos principais assessores” do seu governo caso ela seja eleita.
Noboa, de 35 anos, também foi deputado nacional e é a grande surpresa desta eleição. Todas as pesquisas antes da votação o colocaram nas últimas posições e em nenhuma ele chegou a sequer 10% das intenções de voto.
Ele é o candidato da coalizão Ação Democrática Nacional (ADN), composta pelos partidos Povo, Igualdade e Democracia (PID) e Movimento Verde, Ético, Revolucionário e Democrático (Mover), ambos de centro-esquerda.
Na semana passada, uma troca de tiros no cantão de Durán, no oeste do Equador, interrompeu uma caravana da campanha de Noboa. O candidato disse ter sido vítima de um atentado, mas a Polícia Nacional do Equador e o ministro do Interior, Juan Zapata, descartaram essa possibilidade.
Nesse domingo, além da votação para presidente e deputados nacionais, também foi realizada uma consulta popular na qual a continuidade da exploração de petróleo no Parque Nacional Yasuní, localizado na Amazônia equatoriana, foi rejeitada por 60% dos eleitores.
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