Conflitos
Países em guerra têm piores posições
Os países onde há conflitos armados em andamento continuam figurando entre os vistos como mais corruptos do mundo, informa o novo relatório anual da Transparência Internacional sobre corrupção. Somália, Afeganistão, Mianmar, Sudão e Iraque ocupam as piores posições no ranking.
"Esses resultados demonstram que os países percebidos como os mais corruptos são também aqueles afetados por antigos conflitos, que devastaram sua estrutura de governança", diz a entidade em nota. "Quando instituições essenciais são fracas ou inexistentes, a corrupção sai de controle e o despojo dos recursos públicos alimenta a insegurança e a impunidade."
A corrupção está "gravemente disseminada" na maioria dos países da América Latina como reflexo de instituições fracas, práticas de governabilidade deficientes e ingerência excessiva de interesses privados, divulgou ontem a Transparência Internacional. No Índice de Percepção da Corrupção 2009, o organismo disse que dos 31 países americanos incluídos, dez tiveram uma pontuação superior a cinco, enquanto os outros 21 receberam nota abaixo desta média, "o que demonstra um sério problema de corrupção".
Modesto
Entre os países que não superaram a pontuação média estão Brasil (3,7 pontos), Colômbia (3,7), Peru (3,7) e México (3,3), que têm algumas das maiores economias da região e "foram abalados por escândalos sobre impunidade, pagamentos irregulares e corrupção política".
O Brasil subiu cinco posições no ranking da organização Transparência Internacional e agora ocupa o 75.º lugar, um posto modesto mesmo entre os vários países da América Latina. Mesmo assim, o Brasil é o que obtém a melhor colocação entre os chamados Bric, formado ainda por Rússia, Índia e China.
O destaque negativo do continente é a Venezuela, apontada como um dos países mais corruptos do mundo, na 162.ª posição entre 180 países. O Haiti é o número 168.
Já os EUA caíram uma posição, de 18.º para 19.º, sobretudo devido à percepção de corrupção no setor financeiro, que deu origem à mais grave crise econômica global em oito décadas.