A diretora-geral do Fundo Monetário Internacional, Christine Lagarde, e o presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, em reunião em Abuja| Foto: Stephen Jaffe/ FMI/Arquivo

Já pensou se o governo brasileiro conseguisse recuperar US$ 9 bilhões desviados em casos de corrupção? Pode não parecer muita coisa perto do rombo bilionário já revelado pelas investigações da Lava Jato, mas já é alguma coisa, não é? Pois esse é o valor que o governo nigeriano diz ter devolvido aos cofres públicos graças à atuação de sua unidade anticorrupção.

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De acordo com o site de notícias especializado no continente africano, o Quartz Africa, os ativos recuperados incluem montantes retidos por funcionários em governos anteriores, verbas públicas mantidas em contas privadas, recursos desviados e dinheiro mantido por funcionários e não declarados após a saída do governo.

Os valores, de acordo com porta-voz do governo, foram recuperados durante o primeiro ano do presidente Muhammadu Buhari, que tenta a todo custo mudar a imagem das instituições estatais do país, que são conhecidas pelos altos índices de corrupção e falta de transparência.

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A divulgação dos resultados obtidos pela unidade anticorrupção também deve melhorar a reputação de Buhari, que recentemente se envolveu em uma polêmica com David Cameron, primeiro-ministro da Grã-Bretanha. Cameron se referiu à Nigéria como um país “extremamente corrupto” durante uma reunião de cúpula anticorrupção em Londres. Buhari não titubeou e questionou quando os britânicos devolveriam recursos roubados da Nigéria e mantidos na Grã-Bretanha.

Ninguém sabe quem roubou

A notícia dos bilhões recuperados, no entanto, foi recebida com desconfiança por muitos nigerianos. O governo não divulgou os nomes das pessoas que teriam devolvido os valores desviados, apesar de ter prometido um relatório completo e detalhado sobre o dinheiro recuperado.

Buhari tem recebido muitas críticas de pessoas que acreditam que, ao preservar a reputação de quem assaltou os cofres públicos, o governo falha em dissuadir outros corruptos a fazer o mesmo.