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Cortando gastos, governo Milei anuncia dissolução de atual órgão tributário da Argentina

Cortando gastos, governo Milei anuncia dissolução de atual órgão tributário da Argentina
Javier Milei, presidente da Argentina, fala em evento de Buenos Aires em 5 de setembro de 2024. (Foto: EFE/ Matías Martín Campaya)

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O governo da Argentina, liderado por Javier Milei, anunciou nesta segunda-feira (21) a dissolução da Administração Federal de Ingressos Públicos (AFIP), órgão que era responsável pela arrecadação de tributos no país, que será substituído pela nova Agência de Arrecadação e Controle Aduaneiro (ARCA). Segundo informações divulgadas pelo jornal Clarín, o porta-voz do governo, Manuel Adorni, fez o anúncio em uma coletiva de imprensa, explicando que a medida faz parte de uma ampla reforma estrutural que visa reduzir os cargos públicos em 45%, com foco em enxugar a máquina pública.

"A partir de hoje, a AFIP deixará de existir", declarou Adorni, celebrando o fim do agora antigo órgão e detalhando que a nova estrutura – ARCA -, será mais simplificada e enxuta. Segundo ele, a ARCA trará uma redução significativa tanto nos cargos de liderança quanto nos níveis inferiores, eliminando cerca de 34% das posições atuais. A decisão impactará mais de 3 mil funcionários que ingressaram em seus postos durante governo anterior, do peronista Alberto Fernández (2019-2023). O governo Milei alega que Fernández cometeu irregularidades nessas contratações.

Florencia Misrahi, que liderava a AFIP, continuará à frente da nova agência ARCA. Além disso, o governo nomeou Andrés Gerardo Vázquez para a direção da nova Direção Geral Impositiva (DGI) e José Andrés Velis para a Direção Geral Aduaneira (DGA).

Adorni destacou o impacto econômico da reestruturação, prevendo uma economia anual de cerca de 6,4 bilhões de pesos, uma vez que os altos salários dos diretores e da cúpula da AFIP serão equiparados aos vencimentos de ministros e secretários de Estado, que são menores.

A mudança, segundo o porta-voz, faz parte também de uma estratégia maior para acabar com o que chamou de "voracidade fiscal" da Argentina.

"O que é de cada argentino é seu, e de mais ninguém", disse Adorni, criticando a atuação histórica da AFIP, que, segundo ele, foi utilizada até para perseguições políticas.

“A criação da ARCA tem como objetivo a redução do Estado, a eliminação de cargos desnecessários, a profissionalização do órgão, a destruição de circuitos corruptos e a melhoria na eficiência da arrecadação e do controle aduaneiro, eliminando os privilégios do passado e otimizando a gestão pública”, disse o Escritório da Presidência no X.

Além da dissolução da AFIP, o governo também revelou que colocará à disposição do setor privado 100 megahertz de espectro de telecomunicações, antes reservados à ARSAT – empresa de telecomunicação estatal -, para o desenvolvimento de serviços de 5G. O porta-voz também anunciou o fim de isenções do IVA para jornais, revistas e publicações periódicas, incluindo versões digitais.

O governo também planeja revisar todos os contratos de telecomunicações vigentes, além de promover uma nova licitação para a conectividade de mais de 16 mil escolas no país, em um contrato estimado em 60 bilhões de pesos por ano.

O anúncio marca uma série de mudanças profundas na gestão pública argentina, com a promessa de cortes significativos de gastos e maior controle sobre as operações do Estado.

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