O ex-premiê da Itália, Silvio Berlusconi, foi proibido de ocupar cargos públicos por dois anos por um tribunal de Milão neste sábado, na sequência de uma condenação em agosto por fraude fiscal. Berlusconi vai recorrer, afirmaram hoje seus advogados. Conforme o advogado Niccolo Ghedini, a decisão se baseia em um veredicto "injusto" infligido ao ex-primeiro-ministro.
Um recurso pode levar meses para ser julgado. O Senado italiano, do qual Berlusconi é membro, precisa validar qualquer decisão final. Berlusconi não foi localizado imediatamente para comentar o assunto no sábado. Ele segue alegando inocência de crimes fiscais e acusa magistrados de caça às bruxas.
A decisão pode afetar o futuro da coalizão de governo, bem como o futuro político do líder conservador. O bilionário de 78 anos é um aliado da atual coalizão de governo liderada pelo premiê Enrico Letta. No entanto, Berlusconi acusou recentemente Letta de permitir o seu "assassinato político" e ameaçou retirar o apoio.
Líderes linha-dura do partido de Berlusconi querem o fim do atual governo se Berlusconi for expulso do parlamento. Outros membros da sigla desejam manter o apoio ao governo Letta e estão pressionando o partido conservador a entrar em uma nova era em que Berlusconi tenha um papel menos proeminente.
Berlusconi também está à espera de uma votação no Senado em novembro ou dezembro que poderia tira-lo do cargo, em conformidade com a lei que impede pessoas condenadas de ter assentos no parlamento. Ele também pode ser proibido de concorrer para o parlamento novamente.
O Supremo Tribunal Federal condenou Berlusconi em agosto por permitir que a sua empresa reduzisse de forma fraudulenta seus tributos através da compra de direitos de transmissão de filmes e programas de TV dos EUA a preços inflacionados. Berlusconi também foi condenado a sete anos de prisão em junho por ter pago para fazer sexo com uma mulher menor de idade e por abuso de poder na tentativa de encobrir o relacionamento. Berlusconi está recorrendo contra ambas as condenações.