A Corte Constitucional da Itália derrubou a maioria das provas de acusações contra 26 agentes norte-americanos da Agência Central de Inteligência (CIA) e outros sete agentes secretos italianos, incluído o ex-chefe do Serviço para as Informações e Segurança Militar (Sismi, na sigla em italiano, desativado em 2007), Nicolò Pollari. Segundo a agência italiana Ansa, a Corte acolheu, mesmo em parte, os pedidos dos governos Prodi e Berlusconi, ao retirar as provas das acusações e afirmar que os magistrados de Milão usaram informação que era secreta do governo.
Embora a Corte não tenha retirado os indiciamentos, advogados dizem que no mínimo o caso voltou ao ponto de partida.
Os agentes norte-americanos e italianos eram acusados de terem sequestrado em Milão, em 2003, o cidadão egípcio suspeito de terrorismo Osama Mustafá, de codinome "Abu Omar", que era imã da comunidade islâmica de Milão. Omar foi sequestrado na Itália e levado clandestinamente ao Egito, onde ficou quatro anos detido e denunciou que foi torturado e estuprado na prisão.
Ao retirar as provas de acusações, a Corte Constitucional acolheu o pedido do governo, que afirmava que os tribunais da Justiça na Lombardia, em Milão, usaram informação secreta do Estado para acusar os espiões.
O governo italiano nega ter participado do sequestro de "Abu Omar" em 17 de fevereiro de 2003. A CIA não fez nenhum comentário sobre o caso e os agentes norte-americanos deixaram a Itália há vários anos.
O advogado do Estado, Massimo Gianuzzi, disse no entanto que embora a decisão da Corte seja definitiva, os promotores poderão sustentar o indiciamento a partir das provas que sobraram ou então reabrir as investigações sobre os eventos.
"Nós estamos satisfeitos", disse Gianuzzi. "Agora acontecerá uma nova audiência para decidir se as provas remanescentes são suficientes para que ocorram novas acusações", afirmou. As informações são da Associated Press.
Deixe sua opinião