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Opositor de Maduro

Corte IDH condena Venezuela por violar os direitos políticos de Henrique Capriles em 2013

Corte IDH condena Venezuela por violar os direitos políticos de Henrique Capriles em 2013
O opositor venezuelano Henrique Capriles em foto de 2023 (Foto: EFE/ Rayner Peña ARCHIVO)

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A Corte Interamericana de Direitos Humanos (Corte IDH) condenou nesta segunda-feira (2) a Venezuela por ter violado os “direitos políticos, da liberdade de expressão, da igualdade perante a lei e das garantias judiciais” do opositor Henrique Capriles, durante as eleições presidenciais de 2013, onde ele foi candidato à presidência.

A decisão foi tomada no âmbito de um ação que Capriles havia iniciado na corte contra o estado venezuelano, controlado pelo ditador Nicolás Maduro.

A Corte IDH concluiu que, durante o processo eleitoral realizado em 14 de abril de 2013, a Venezuela, sob o comando de Maduro, cometeu abusos que afetaram a integridade das eleições e favoreceram o próprio ditador, que disputava a presidência como novo líder do Partido Socialista Unido de Venezuela (PSUV). Aquela eleição ocorreu em um cenário marcado pela morte do então ditador Hugo Chávez, em março de 2013, e pela designação de Maduro como “presidente interino”, já que ele era o segundo no comando do país. O processo eleitoral foi amplamente contestado pela oposição, incluindo Henrique Capriles, que integrava o partido Mesa de la Unidad Democrática (MUD), que alegou irregularidades.

A Corte IDH apontou que o uso de recursos do Estado, o favorecimento do regime chavista à candidatura de Maduro e a ausência de imparcialidade por parte do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) comprometeram a “transparência e a justiça do pleito”. A Corte também destacou a omissão do chavista CNE em responder às mais de 300 denúncias de irregularidades apresentadas pela campanha de Capriles, bem como a recusa em realizar uma auditoria completa dos resultados eleitorais.

"Durante a campanha, houve uso indevido de meios públicos, mobilizações e declarações de funcionários estatais em apoio a Maduro, além de uma cobertura desproporcional da mídia estatal", afirmou a Corte, ao constatar a ausência de condições mínimas de igualdade entre os candidatos. Além disso, o Tribunal acusou a Sala Constitucional do Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) de facilitar a candidatura de Maduro, ignorando a Constituição, que proíbe a candidatura de um vice-presidente em exercício.

A Corte IDH também criticou as ações do TSJ ao desconsiderar os recursos apresentados por Capriles contra o resultado da eleição. Em uma decisão controversa, a Sala Constitucional do TSJ declarou inadmissível o recurso de Capriles, alegando que este continha “expressões ofensivas”. A Corte IDH considerou que a decisão foi “arbitrária e violou o direito de Capriles à defesa e à liberdade de expressão”.

Em sua sentença, a Corte concluiu que essas violações ao processo eleitoral, somadas ao enfraquecimento das instituições venezuelanas, configuram uma “grave falha no sistema democrático do país”, comprometendo os direitos políticos de Capriles e a liberdade de escolha do povo venezuelano.

A Corte ordenou ao Estado venezuelano que “implemente medidas para garantir a transparência nas eleições, a “imparcialidade do CNE e a independência do TSJ”, a fim de evitar a repetição de tais abusos em processos eleitorais futuros. A decisão também exige reparações ao ex-candidato, incluindo compensações pelas violações dos direitos humanos.

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