Uma corte peruana admitiu como "instrumento jurídico" um relatório de uma universidade dos Estados Unidos que compromete o ex-presidente Alberto Fujimori em casos de abuso dos direitos humanos.
Fujimori é processado desde dezembro do ano passado por ser o suposto responsável pela morte de 25 pessoas em dois casos conhecidos como La Cantuta e Barrios Altos. Os crimes teriam sido cometidos por agentes de segurança do Estado durante seu governo.
A corte presidida pelo juiz César San Martin disse que o informe da Clínica Jurídica da Universidade George Washington dos Estados Unidos "não é vinculante" e não afetará a imparcialidade do tribunal no caso.
O relatório da universidade norte-americana afirma que Fujimori, que conduziu um governo linha dura no Peru em sua luta contra a guerrilha esquerdista entre 1990 e 2000, "teria permitido, facilitado e participado dos crimes de La Cantuta e Barrios Altos".
Segundo um porta-voz do tribunal que julga Fujimori, o relatório foi apresentado à corte em junho voluntariamente pela universidade George Washington e levado em consideração pelos advogados das vítimas e pela defesa do ex-presidente.
Fujimori, que completou 70 anos no dia 28 de julho, foi extraditado do Chile em setembro. O ex-presidente havia chegado ao país em 2005, depois de ficar por 5 anos em Tóquio amparado por sua dupla nacionalidade peruano-japonesa.
A promotoria solicitou uma pena de 30 anos de prisão para Fujimori devido às acusações de abusos dos direitos humanos, embora o ex-presidente já tenha sido condenado por outro caso, referente ao registro ilegal da moradia de seu ex-chefe de espionagem para extrair vídeos que supostamente o relacionariam a escândalos de corrupção.