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Em uma decisão surpreendente, a Suprema Corte da Rússia ordenou nesta quinta-feira (3) mais investigações sobre a morte, em 2006, da jornalista Anna Politkovskaya. A repórter foi assassinada a tiros após criticar duramente os abusos no setor de direitos humanos do governo Vladimir Putin na Chechênia. A decisão reverteu uma anterior, de uma corte inferior, que rejeitou o pedido dos filhos de Anna por mais investigações do crime em Moscou.

A medida deve resultar em um novo julgamento de três suspeitos inicialmente inocentados, em uma decisão revertida pela Suprema Corte mais cedo neste ano. O trio é acusado apenas de ajudar no crime, mas não de atirar na jornalista ou de planejar a morte dela. Eles foram absolvidos no caso, após um tribunal prejudicado pelo virtual silêncio dos promotores sobre a questão de quem mandou eles cometerem o crime.

O braço militar da Suprema Corte devolveu o caso contra os três suspeitos aos promotores, ordenando que o processo fosse anexado a outra investigação sobre o suposto autor dos disparos. Com isso, pode aumentar as chances de autoridades russas determinarem o autor intelectual do crime. A Rússia carrega um histórico de casos de assassinatos de jornalistas e ativistas que criticam autoridades do governo.

Vice-editor do jornal "Novaya Gazeta", onde Anna trabalhava, Sergei Sokolov disse estar "cautelosamente otimista" com a decisão. Porém afirmou que é difícil que o autor intelectual do crime seja apontado e julgado. Durante sua carreira, Anna fui dura crítica da administração Putin e do governo apoiado pelo Kremlin na Chechênia. A área no sul da Rússia foi palco de duas guerras separatistas após a dissolução da União Soviética e de abusos generalizados, enfocados pela repórter em seus textos.

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