A Corte Suprema da Itália confirmou nesta terça-feira (10) a absolvição do ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi, após recurso apresentado pela promotoria, por suposto abuso de poder e incitação à prostituição de menores no “Caso Ruby”.
Com isso, o Supremo confirmou a sentença de absolvição ditada em segunda instância pelo Tribunal de Apelação de Milão, em julho de 2014, da qual a promotoria dessa cidade recorreu em novembro.
Berlusconi, que já cumpriu pena de um ano de serviços sociais por fraude fiscal pelo “Caso Mediaset”, foi condenado em primeira instância pelo Tribunal de Milão a sete anos de reclusão, em junho de 2013, em relação com o “Caso Ruby”. Além disso, foi inabilitado para o exercício de cargo público pelo resto da vida.
O tribunal o considerou culpado de manter relações sexuais com a jovem marroquina Karima El Marough, apelidada de Ruby, quando esta ainda não tinha completado 18 anos.
Além disso, foi acusado de abuso de poder, pois a Justiça de Milão argumentou que o ex-premiê fez uso de sua posição política quando telefonou para uma delegacia da cidade para pedir a libertação de Ruby, que tinha sido detida por furto.
Os magistrados do Supremo levaram quase dez horas para concordarem com a decisão ditada pelo Tribunal de Apelação de Milão, que determinou que Berlusconi não tinha como saber que a jovem era menor de idade.
Assim, os juízes encerraram um processo que se prolongou por mais de quatro anos, desde que a Justiça italiana decidiu julgar o magnata em 15 de fevereiro de 2011.
O “Caso Ruby” também afetou colaboradores próximos de Berlusconi e a Justiça da Itália mantém abertos outros casos derivados deste.
É o caso do “Ruby 2”, no qual foram acusados o jornalista Emilio Fede, o empresário de artistas Lele Mora e a política e atriz Nicole Minetti por indução à prostituição e prostituição.
Em novembro, os três foram condenados em segundo grau a penas de seis anos e um mês de prisão, quatro anos e dez meses e três anos, respectivamente.
Apesar da absolvição, Berlusconi continua sendo investigado, junto com outras 43 pessoas de seu entorno, entre elas algumas das jovens convidadas de suas festas particulares, pelos supostos falsos testemunhos dados durante o julgamento do “Caso Ruby”.
Nesse caso, conhecido como “Ruby Ter”, Berlusconi e seus advogados Niccolò Ghedini e Piero Longo figuram no registro de investigados pelo suposto crime de corrupção em ato judicial, devido às suspeitas de que poderia ter induzido essas 43 pessoas a prestar falso testemunho. EFE