A Corte Suprema da Ossétia do Sul declarou nulos os resultados do segundo turno das eleições presidenciais realizada neste domingo nesta região separatista da Geórgia.
A Corte respondeu de forma positiva ao recurso interposto pelo partido Unidade, do candidato governista Anatoli Bibilov, que denunciou irregularidades dos seguidores da candidata opositora Alla Dzhióyeva durante a votação, informou de Tskhinvali, a agência russa "Interfax".
De acordo com os dados preliminares da Comissão Eleitoral Central, Dzhióyeva teria obtido 56,7% dos votos (14.828), contra 40% do seu oponente (10.462).
A sentença foi conhecida enquanto centenas de seguidores de Dzhióyeva cantavam vitória nas ruas de Tskhinvali. "Ganhamos as eleições. A partir de amanhã devemos superar a nós mesmos", disse Dzhióyeva, citada pelas agências russas.
Dzhióyeva descartou que seja possível uma revolução popular pacífica na Ossétia do Sul como as ocorridas na Ucrânia (2004) e Quirguistão (2005).
"Esta é uma ação vitoriosa e não uma Revolução Laranja ou uma revolução de outra cor. Isso não é para nós. Isto é a alegria do povo que expressou sua opinião. Tenho certeza de que o confronto entre nós não é possível", disse.
A Comissão Eleitoral, que na segunda-feira informou que Dzhióyeva liderava provisoriamente a apuração, tinha previsto anunciar os resultados eleitorais no mesmo dia, mas a Corte Suprema impediu.
O presidente em fim de mandato, Eduard Kokoity, que governa desde 2001 a Ossétia do Sul, pediu a todas as forças políticas que aceitem a decisão judicial.
"Certas forças políticas tentam conseguir que se tome uma decisão a seu favor sem renunciar a qualquer meio e recorrendo abertamente à pressão", disse.
O Parlamento da Ossétia do Sul convocou uma sessão de urgência após a decisão judicial. A Geórgia nega toda a legitimidade das eleições na Ossétia do Sul e reitera que não podem ser levadas a sério eleições realizadas em território ocupado por uma potência estrangeira.
Após a guerra de agosto de 2008, quando o Exército russo irrompeu na Geórgia para forçar as tropas georgianas a se retirar da Ossétia do Sul, a Rússia reconheceu sua independência, assim como a da Abkházia, outra região separatista, e mantém contingentes militares nas duas áreas.
Ao reconhecimento russo se somaram mais tarde os da Nicarágua, Venezuela, de Nauru e Tuvalu.