Washington - A corte federal de apelações de Washington suspendeu ontem a proibição das pesquisas públicas com células-tronco embrionárias, proferida no fim de agosto, para dar mais tempo ao juiz para considerar o caso.
Menos de 24 horas depois de receber o pedido do governo do presidente Barack Obama, o tribunal de apelações de Washington "ordenou suspender a decisão [de primeira instância], à espera de uma decisão final da corte".
"O objetivo desta suspensão administrativa é dar à corte tempo suficiente para examinar o expediente em profundidade, mas não representa em absoluto uma decisão sobre o fundo de financiamento", esclareceu o tribunal, em comunicado.
Oposição
Cerca de duas semanas atrás, o juiz federal Royce Lamberth, do Distrito de Columbia, paralisou o financiamento público de pesquisas com células-tronco embrionárias nos EUA, e desprezou o pedido feito pelo governo de Barack Obama para suspender a proibição.
Lamberth congelou cautelarmente este tipo de estudo por considerar que implicam na destruição de embriões humanos, afirmou que sua decisão é "menos restritiva" do que interpretou o Departamento de Justiça, que apelou da decisão na semana passada.
Segundo o juiz, sua decisão não se aplica aos estudos iniciados durante o governo de George W. Bush e aos que já haviam sido "outorgados e financiados".
Obama definiu sua posição nessa questão em 2009, quando anunciou que os Institutos Nacionais de Saúde (NIH, na sigla em inglês) receberiam financiamento público para avançar em várias linhas de pesquisa com células-tronco. Na proibição preliminar, Laymberth considerou que a política de Obama viola uma lei que proíbe explicitamente o uso de fundos federais para destruir embriões humanos.
A resolução supõe o congelamento cautelar dos fundos destinados a essas pesquisas, que alguns cientistas consideram fundamentais para conseguir avanços no tratamento de doenças como o Alzheimer.