Milhões de habitantes da Costa do Marfim foram às urnas no domingo (30) para sua primeira chance em uma década de escolher um presidente, e que visa reconciliar uma nação dividida em duas por uma guerra e restaurar a antiga economia ascendente do oeste africano.

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Após seis adiamentos sucessivos e depois de cinco anos de disputas entre rivais políticos e ex-rebeldes, cerca de 5,7 milhões de pessoas irão às urnas decidir quem irá governar o maior produtor mundial de cacau.

"Para mim, este voto representa a paz, é por isso que pegamos em armas há oito anos. Mas agora acabou", disse Coulibaly Abou, um ex-rebelde que havia acabado de votar no reduto rebelde de Bouaké, no norte do país africano.

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As raízes da guerra da Costa do Marfim e o impasse político que se seguiu ao conflito remetem a uma disputa sobre nacionalidade e sobre quem estaria apto a votar em um país cujas exuberantes terras agrícolas e antiga economia dinâmica atraíram imigrantes de toda a região.

A votação teve início às 7h GMT e após poucas horas, alguns postos de votação visitados por jornalistas da Reuters estavam abertos, apesar de atrasos iniciais. Longas filas de espera saídas de colégios que estão servindo de postos eleitorais se espalhavam pelas ruas.

Em um deles, na capital econômica do país, Abidjan, ao sul, eleitores frustrados com os atrasos trocaram gritos e empurrões enquanto observadores da ONU assistiam a tudo, mas não houve incidentes mais graves.

Uma vez superadas as discussões sobre quem estaria apto a votar e como seriam implementadas medidas de segurança, os organizadores correram contra o tempo para distribuir cédulas de votação e para treinar mais de 60 mil mesários.

Os principais rivais históricos do presidente Laurent Gbagbo são Henri Konan Bédié, ex-presidente deposto em um golpe em 1999, e Alassane Ouattara, um ex-primeiro-ministro e ex-representante do FMI.

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A eleição é necessária para permitir a introdução de reformas no setor de cacau, responsável por mais de 75 por cento do mercado, mas que está atualmente em declínio.

É improvável que um dos postulantes vença logo no primeiro turno, em parte devido às bases de apoio regionais e étnicas dos três candidatos, o que deve levar a disputa para o segundo turno, previsto para o dia 28 de novembro.

A maioria dos analistas que está acompanhando o pleito na ex-colônia francesa afirma que Gbagbo é o favorito para vencer o segundo turno contra um ou outro dos seus dois principais rivais.