Ouça este conteúdo
Um relatório publicado no domingo (1º) por congressistas republicanos do Comitê de Assuntos Externos da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos alega que o novo coronavírus provavelmente surgiu de um acidente de laboratório em setembro de 2019 e que a China atuou para esconder o surto inicial de Covid-19, no "maior acobertamento de todos os tempos".
O documento, uma atualização de um relatório sobre as origens da pandemia lançado pelos republicanos em setembro, aborda a preocupação de que o novo coronavírus tenha surgido de um vazamento de laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan (WIV, na sigla em inglês), na China.
A investigação conclui que "a preponderância das evidências indicam que o Sars-CoV-2 foi acidentalmente lançado de um laboratório do Instituto de Virologia de Wuhan em algum momento antes de 12 de setembro de 2019". Os autores dizem ainda que "o vírus, ou a sequência viral que foi geneticamente manipulada, provavelmente foi coletada em uma caverna na província de Yunnan (China) entre 2012 e 2015".
Entre as evidências citadas pelo documento que apoiam a tese de surgimento do vírus em laboratório estão "a súbita remoção" de uma base de dados de vírus e amostras do WIV em setembro de 2019; preocupações de segurança manifestadas por cientistas chineses; atletas que participaram do Jogos Mundiais Militares em outubro de 2019 em Wuhan e tiveram sintomas similares aos da Covid; ações do Partido Comunista da China e de cientistas afiliados ao WIV para "esconder o tipo de pesquisa que era conduzida no local", entre outros.
"Enquanto continuamos a investigar as origens da pandemia de Covid-19, acredito que é hora de descartar completamente o mercado de alimentos como a fonte do surto", afirmou o deputado Michael McCaul, republicano do Texas responsável pelo documento.
McCaul disse que sua equipe acredita que o vírus surgiu de um vazamento "no final de agosto ou setembro de 2019" e que autoridades do Partido Comunista da China, quando perceberam o que aconteceu, começaram "desesperadamente a encobrir" o acidente. "Mas o acobertamento deles veio tarde demais - o vírus já estava se espalhando pela megacidade de Wuhan", afirmou o republicano em comunicado.
Enquanto o governo americano e a comunidade internacional pressionam por maior transparência sobre as origens da pandemia, sob o argumento de que o conhecimento sobre o surgimento do vírus pode evitar uma próxima pandemia, a China continua a colocar empecilhos a essa busca.
Recentemente, Pequim se opôs a uma segunda fase da investigação da origem do coronavírus proposta pela Organização Mundial da Saúde (OMS) que incluía "auditorias de laboratórios e instituições de pesquisa relevantes que operam na área onde os casos humanos iniciais foram identificados em dezembro de 2019" – ou seja, na cidade chinesa de Wuhan.