Uma cratera pré-histórica formada na colisão de um asteróide contra a península mexicana de Yucatán poderia fornecer pistas sobre como era Marte bilhões de anos atrás, afirmaram cientistas da Nasa (agência espacial dos EUA).
A geóloga planetária Adriana Ocampo, da Nasa, escava rochas enterradas a grandes profundidades no sul do México em busca de indícios que as crateras de impacto podem fornecer a respeito da formação de planetas.
Segundo Ocampo, o trabalho poderia revelar dados sobre uma cratera gigantesca existente na superfície de Marte.
Há décadas, os astrônomos perguntam-se a respeito da enorme cavidade existente na superfície do planeta vermelho - a maior cratera conhecida do Sistema Solar - e descobertas feitas no mês passado sugerem que a formação pode ter sido resultado do impacto de um asteróide do tamanho da Lua.
A cratera mexicana, conhecida como Chicxulub, apareceu quando um asteróide colidiu contra a Terra 65 milhões de anos atrás, gerando uma catástrofe responsável por dizimar metade das espécies de seres vivos do planeta e por talvez provocar a extinção dos dinossauros.
Ao estudar os destroços esparramados pela colisão, os cientistas podem encontrar perguntas sobre as mudanças radicais na atmosfera que resultariam do impacto de asteróides gigantescos, disse à Reuters Ocampo, uma colombiana que trabalha para o Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa. A pesquisadora estuda a cratera de Yucatán há uma década.
"Esse é um laboratório natural por causa dos pontos em comum que podemos encontrar em relação a planetas aos quais o homem não consegue chegar, como Marte", disse Ocampo a respeito da cratera terrestre.
A cratera de Marte, com 8.350 quilômetros de diâmetro, é tão grande que diminuiu a altitude de metade do planeta.
Já a cratera mexicana é muito menor, com 160 quilômetros de diâmetro e cerca de 800 metros de profundidade, e encontra-se atualmente tampada por rochas e terra acumuladas ao longo de milhões de anos.
Os dados coletados em Chicxulub poderiam fornecer pistas ainda sobre se havia ou não água na superfície de Marte muito depois de o planeta ter sido atingido pelo imenso asteróide.
Cientistas encontraram água congelada na superfície do planeta vermelho. Os mares de Marte podem ter desaparecido quando o planeta viu-se bombardeado por meteoros menores responsáveis por mudar sua atmosfera, secando aqueles mares, disse Ocampo.
A cientista procura por pontos em comum entre a cratera de Yucatán, formada quando o sul do México estava submerso, e crateras menores de Marte para ver se consegue detectar padrões semelhantes deixados pela água.
Os geólogos espaciais acreditam que o asteróide que atingiu Yucatán provocou um imenso tsunami.
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