A cada ano, cerca de 250 mil latino-americanos emigram legalmente para a Europa - especialmente para a Espanha. E o número tende a crescer. É o que diz um estudo divulgado nesta terça-feira pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De acordo com o relatório, o número de migrações da América Latina para o continente europeu se manteve estável até 1995, mas apresentou crescimento consideravel nos últimos anos.
- O maior fluxo foi para a Espanha, mas também se nota um aumento em Portugal e na Itália - disse Georges Lemaitre, especialista em migração internacional da OCDE, em videoconferência de Paris, sede da organização que reúne 30 países.
A motivação para emigrar dos países de origem foi principalmente econômica, com possibilidades de encontrar trabalho, obter melhores salários e condições de emprego, segundo o estudo.
A Espanha registrou aumento de 30% no número de novos imigrantes legais em relação ao ano anterior, com 560 mil trabalhadores registrados em 2005, de acordo com a OCDE.
Dessa forma, a população de imigrantes legais no país chegou a 2,6 milhões. Os dados não incluem cidadãos de países da União Européia que foram viver na Espanha e não pediram residência.
- Na última década, Espanha, Itália e até Turquia se transformaram em países atrativos para a migração - disse Lemaitre. - E, da América Latina, um dos países que mais mandaram migrantes foi o Equador - acrescentou.
Os equatorianos foram responsáveis por 350 mil novos registros municipais entre 2000 e 2004 na Espanha, segundo o estudo. Esses registros incluem imigrantes legais e ilegais.
Em geral, houve crescimento de 50% nos registros municipais em 2003 e 2004, disse a OCDE, com uma lista de 646 mil novos estrangeiros cadastrados.
Cerca de 40% deles vêm de países da União Européia, especialmente a Romênia, e 26% de países da América do Sul, como Bolívia, Argentina, Brasil e Equador.
Os imigrantes se dedicam especialmente a trabalhos na construção civil, alimentação, comércio, agricultura e serviços domésticos, disse a OCDE.
Os latino-americanos se concentram na construção e nos serviços, enquanto os europeus preferem a indústria e os africanos tendem a trabalhar na agricultura.
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