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Países ricos e pobres correm contra o tempo nesta sexta-feira para selar na conferência da ONU em Durban um acordo que contemple a proposta europeia de definir um novo tratado climático global até 2015.

Houve progressos entre os ministros durante a noite. Após duas semanas, a conferência climática na África do Sul chega ao fim nesta sexta-feira, ainda sob risco de fracasso.

"O tempo em Durban é realmente curto", disse a comissária (ministra) europeia do Clima, Connie Hedegaard, após negociações que entraram pela madrugada. "O sucesso ou fracasso de Durban depende de um pequeno número de países que ainda não se comprometeram com o mapa (a proposta da União Europeia) e com o conteúdo significativo que ele deve ter. Precisamos colocá-los a bordo hoje. Não nos restam muitas horas."

A UE propõe que o novo tratado climático global seja definido até 2015, para entrar em vigor até 2020. Ele imporia cortes obrigatórias nas emissões de gases do efeito estufa para os maiores poluidores mundiais.

"Estamos chegando ao ponto em que várias delegações precisam decidir se querem um tratado com integridade ambiental real", disse o representante britânico nas negociações, Chris Huhne, a jornalistas. "Está cada vez mais claro que a UE está falando pela vasta maioria dos participantes."

As duas principais questões colocadas para os quase 200 países envolvidos são encontrar uma forma de atualizar o Protocolo de Kyoto, único acordo global que exige reduções nas emissões de carbono, e angariar verbas para ajudar as nações pobres a enfrentarem a mudança climática.

Qualquer acordo sobre emissões só será viável se incluir China, Estados Unidos, Índia e Brasil, que não estão submetidos aos cortes obrigatórios do Protocolo de Kyoto. O Brasil anunciou na quinta-feira que aceitaria metas obrigatórias de redução.

Cientistas dizem que a falta de ação contra a mudança climática poderá ter consequências catastróficas, como elevação do nível dos mares, enchentes e secas.

Um grupo de 48 nações das menos desenvolvidas manifestou apoio à proposta europeia, somando-se a uma coalizão de pequenos Estados insulares, muito ameaçados pela elevação dos mares. Japão, Canadá e algumas outras nações desenvolvidas também se disseram a favor da proposta europeia.

Os EUA dizem que só aceitarão cortes obrigatórios se a China e outras grandes nações emergentes também tiverem o mesmo compromisso.

Se as discussões estiverem bem encaminhadas, os participantes devem prorrogar o processo e divulgar o documento final da reunião só no sábado.

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