Encontre matérias e conteúdos da Gazeta do Povo
Crise

Cresce isolamento do governo sírio na comunidade árabe

O presidente Assad (direita) com o ministro Ali Habib (centro), que foi substituído pelo general  Daoud Rajha (esq.) | Sana/Reuters
O presidente Assad (direita) com o ministro Ali Habib (centro), que foi substituído pelo general Daoud Rajha (esq.) (Foto: Sana/Reuters)

Enquanto Brasil, Índia e África do Sul investem na via diplomática para tentar convencer o regime de Bashar Assad a cessar a violência contra os manifestantes, mais dois países árabes – Kuait e Bahrein – se uniram à Arábia Saudita e convocaram ontem seus embaixadores em Damasco para consultas, aumentando o isolamento sírio.

A decisão foi anunciada após a Liga Árabe, pela primeira vez, condenar publicamente a re­­­pres­­são do ditador contra os opositores.

Os Estados Unidos saudaram a posição da Liga Árabe. "Estamos mais motivados pela firme posição que vimos neste fim de semana por parte da Liga Árabe e do Conselho de Cooperação do Gol­­fo (CCG)", disse o porta-voz ad­­junto do Departamento de Esta­­do, Mark Toner.

Para os EUA, isso demonstra novos sinais de rejeição da comunidade internacional à "brutalidade" de Assad.

Entretanto, o secretário-geral da Liga Árabe, Nabil Elaraby, deixou claro que a entidade usará de persuasão, e não de "medidas drásticas", para pressionar pelo fim da violência na Síria.

Os representantes de Índia, Brasil e África do Sul (Ibas) chegam hoje a Damasco e se reúnem amanhã. Os diplomatas entregarão um documento conjunto ao chanceler sírio, Walid Muallem, pedindo "comedimento, o fim da violência e o avanço das reformas". O subsecretário-geral para Oriente Mé­­dio do Itamaraty, Paulo Cordeiro, representará o governo brasileiro na missão.

A Turquia, aliada da Síria, anunciou que enviará também seu chanceler a Damasco para enviar mensagem contra a violência do regime.

Troca de ministro

Em meio à dura repressão aos protestos, Assad demitiu seu mi­­nistro da Defesa, Ali Habib, que foi substituído pelo general Da­­woud Rajha. Habib, oficialmente, deixou o cargo por causa de problemas de saúde. Alguns analistas políticos dizem que ele deixou o cargo porque discorda da violência usada contra os manifestantes.

Ontem, o governo renovou a repressão ao atacar Deir el-Zor, no leste sírio, bombardeando a cidade com artilharia. Pelo me­­nos 42 pessoas foram mortas pela repressão em Deir el-Zor no domingo.

Tanto Habib quanto Rajha, figuras de destaque do regime, foram incluídos nas sanções da comunidade internacional a personalidades do governo sírio.

A cidade sitiada de Deir el-Zor foi alvo de disparos de artilharia. "Nós ouvimos explosões muito fortes e agora há disparos intermitentes", disse um ativista que está na cidade e falou sob anonimato.

Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Principais Manchetes

Receba nossas notícias NO CELULAR

WhatsappTelegram

WHATSAPP: As regras de privacidade dos grupos são definidas pelo WhatsApp. Ao entrar, seu número pode ser visto por outros integrantes do grupo.