O número de pessoas que migraram para Israel a partir de Rússia e Ucrânia aumentou drasticamente desde que a invasão russa do território ucraniano começou em fevereiro, informou o governo israelense nesta quarta-feira.
Entre 24 de fevereiro e 31 de julho, Israel recebeu 12.175 novos imigrantes da Ucrânia e 18.891 da Rússia, de acordo com um relatório do Escritório Central de Estatísticas divulgado hoje.
Isso representa 318% a mais do que no mesmo período de 2019 - antes da pandemia de covid-19 que provocou uma redução drástica nas viagens internacionais -, quando foram registrados 2.651 imigrantes da Ucrânia e 7.123 da Rússia.
O escritório também informou que das 25.497 pessoas que migraram para Israel em 2021, metade veio de antigas repúblicas soviéticas, principalmente Rússia e Ucrânia.
Essas pessoas chegam a Israel sob a Lei do Retorno, que permite a imigração para o povo judeu.
Recentemente, a Rússia solicitou o fechamento do escritório local da Agência Judaica, um órgão ligado ao governo israelense com presença em muitos países que lida com o atendimento à diáspora judaica e facilita os procedimentos de imigração para aqueles que desejam se tornar cidadãos israelenses.
O governo russo alega que a Agência Judaica supostamente viola suas leis de privacidade ao receber financiamento externo de agências ou países que a Rússia considera "agentes estrangeiros".
O presidente israelense, Isaac Herzog, discutiu esta questão com o presidente russo, Vladimir Putin, durante uma conversa telefônica ontem.
Além disso, uma delegação israelense viajou a Moscou em 27 de julho para impedir o fechamento da filial da Agência Judaica, enquanto o Kremlin pediu para não politizar o assunto devido às reclamações de Israel de que isso afetaria o relacionamento bilateral.
A relação entre Israel e Rússia - tradicionalmente fluida - permanece tensa desde o início da guerra na Ucrânia, já que o país judeu se alinhou às potências ocidentais que condenaram a invasão, embora não tenha imposto sanções ou enviado ajuda militar para não estremecer sua aliança estratégica com Moscou na Síria.
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