Estudantes formam barreira humana para barrar passagem de veículo da polícia, em protesto contra a política educacional do governo| Foto: Eliseo Fernandez/Reuters

Reivindicações

Estrutura defasada e necessidade de mais democracia nas universidades chilenas fez com que estudantes fossem às ruas cobrar iniciativas do governo.

Igualdade de oportunidades

- Além de formar profissionais de excelência, garantir liberdade de expressão no espaço acadêmico ;

- Garantir o acesso de pessoas com deficiência à universidade e condições de estudo para que permaneçam;

Aumento do gasto público com educação

- Revitalização e desburocratização das universidades públicas para que tenham condições de concorrer com as instituições de ensino dos grandes conglomerados econômicos ;

- Reestruturação do sistema de bol­­sas e financiamentos estu­­dan­­tis;

Democratização do sistema

- Permissão para que funcionários e estudantes participem da administração das universidades.

Fonte: Federação de Estudantes do Chile.

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Popularidade

Aprovação de Piñera cai a 26%

A aprovação popular ao presidente do Chile, Sebastián Piñera, caiu ao menor nível registrado nos vinte anos do atual regime democrático no país, segundo uma pesquisa divulgada ontem.

Levantamento do instituto CEP mostrou que apenas 26% dos chilenos aprovam o governo do bilionário presidente conservador, que está no cargo há um ano e meio.

Piñera foi eleito com a promessa de gerir o governo como uma empresa, e nomeou um ministério repleto de tecnocratas. Mas seu mandato tem sido marcado por protestos, às vezes violentos, contra as políticas para educação, meio ambiente e mineração.

O Chile voltou a viver ontem um dia de violentos confrontos entre estudantes e a polícia na esteira dos protestos por reforma na educação que agitam o país desde maio.Para impedir a marcha de estudantes secundários, o governo do conservador Sebastián Piñera usou um decreto assinado pelo ex-ditador Augusto Pinochet (1915-2006) para barrar a manifestação.A medida reconhece o direito de realizar protestos, mas desde que eles sejam previamente aprovados pelo próprio governo, que negou o direito sob o argumento de manter a "ordem pública".

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Estudantes ignoraram a proibição e saíram às ruas, mas acabaram reprimidos.

Os manifestantes montaram barricadas em pelo menos dez pontos de Santiago e atiraram paus, pedras e coquetéis molotov, segundo imagens da tevê local. A polícia agiu com jatos de água e gás lacrimogêneo. Ao menos 527 pessoas foram detidas, e 14 policiais ficaram feridos.

Os novos distúrbios devem es­­friar a tentativa de acordo entre estudantes e governo para o fim dos protestos.

O Ministério da Educação do Chile apresentou uma proposta, considerada insuficiente pelo mo­­vimento estudantil. Um dos principais reclamos é que o ensino público seja gratuito.

Piñera havia dito nesta semana que não iria mais permitir ma­­nifestações como as conduzidas pelos estudantes. O porta-voz do governo, Andrés Chadwick, afirmou também que os "estudantes não são donos do país". A primavera chilena eclodiu em maio, com protestos nas ruas e a ocupação de várias universidades, e provocou grave crise no governo.

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No último mês, o presidente reformou quase metade de seu gabinete para tentar melhorar a imagem do governo, que ostenta um dos piores índices de aprovação da história política do Chile.