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Washington – A rede terrorista Al-Qaeda poderá usar seu braço no Iraque para atacar os Estados Unidos. O alerta foi dado ontem em um novo relatório de Estimativas de Inteligência Nacional dos EUA, elaborado por 16 agências de espionagem do governo, que afirma que o nível de ameaça terrorista contra o país é atualmente elevado.

O texto aponta que, pelos próximos três anos, os EUA deverão enfrentar uma "persistente ameaça terrorista" contra o país, principalmente devido ao crescimento do braço da rede terrorista Al-Qaeda no Iraque.

Além da Al-Qaeda, o movimento xiita Hizbollah no Líbano, apoiado pelo Irã, e mesmo grupos radicais não-muçulmanos representam uma "ameaça persistente" contra o solo americano, segundo o relatório.

Mas o foco do estudo americano é mesmo a rede do saudita Osama bin Laden, considerada a mais grave ameaça terrorista para o país. O texto deixa claro que o braço da Al-Qaeda no Iraque, que ainda não ameaçou diretamente o solo americano, poderá se tornar um problema também dentro dos EUA.

Os analistas apontam no texto que a associação da Al-Qaeda com extremistas no Iraque ajuda o grupo a "energizar" a comunidade sunita radical, levantar recursos e recrutar novos terroristas – "até mesmo para ataques dentro dos EUA".

O relatório afirma também que o segmento mais violento e extremista dos muçulmanos no Ocidente está se expandindo. "Mas esta ameaça muçulmana interna não será, provavelmente, tão severa nos EUA quanto já é na Europa", diz o texto.

Oportunismo

Estimativas de Inteligência Nacional são as mais importantes avaliações escritas por 16 agências de espionagem do governo americano. Estas agências refletem o consenso dos mais importantes analistas de inteligência do país. Partes destes relatórios são ocasionalmente divulgados para o público, como ocorreu hoje.

Após a divulgação do texto, a Casa Branca refutou críticas que apontam para oportunismo político em tornar a suposta ameaça pública. Nesta semana, o Senado americano discute o futuro do financiamento e do apoio ao conflito no Iraque.

O porta-voz da Casa Branca Tony Snow afirmou que os críticos do relatório estão "empregando uma audição seletiva para moldar a história de acordo com sua própria postura política". "Nós não mantemos (o relatório) na prateleira e esperamos por uma ocasião conveniente para divulgá-lo", disse.

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