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Eleições americanas

Cresce violência na corrida presidencial dos EUA

Manifestantes e correligionários do candidato Donald Trump  entram em choque durante evento em San Diego, na Califórnia: ânimos acirrados. | MARK RALSTON/AFP
Manifestantes e correligionários do candidato Donald Trump entram em choque durante evento em San Diego, na Califórnia: ânimos acirrados. (Foto: MARK RALSTON/AFP)

Começou com mexicanos sendo publicamente acusados pelo pré-candidato presidencial norte-americano Donald Trump de serem criminosos e estupradores. Escalou para ações manifestações, socos e spray de pimenta. E agora violência e brigas parecem ser uma ocorrência comum na campanha presidencial dos Estados Unidos.

A campanha de 2016 parece enterrar oficialmente qualquer pensamento de um Estados Unidos pós-racial, com grupos raciais e étnicos no centro da mais pública rixa vista na arena política desde o movimento pelos direitos civis no país.

Grande parte da violência gira em torno da ascensão do candidato republicano Donald Trump. Primeiro com ações dele e seus apoiadores contra as minorias e agora com as minorias protestando contra suas propostas. Na terça-feira, manifestantes contra Trump de Novo México jogaram camisetas em chamas, garrafas de plástico e outros itens em policiais, ferindo diversos deles. A polícia respondeu com spray de pimenta e bombas de gás lacrimogêneo na multidão ao redor do Centro de Convenções Albuquerque.

Karla Molinar, uma estudante da Universidade de Novo México, participou na planejada interrupção do discurso de Trump e disse que ela não tinha escolha porque o candidato está desencadeando o ódio contra imigrantes mexicanos. Trump defendeu, entre outras coisas, a proibição à entrada de muçulmanos nos Estados Unidos e declarou que iria construir um muro na fronteira entre os Estados Unidos e o México. “Trump está provocando a piora do ódio”, disse.

Recentemente, manifestantes contra Trump invadiram a área externa de um hotel perto do aeroporto de São Francisco, forçando o candidato a rastejar sob uma cerca para entrar no hotel onde ele encontraria líderes locais republicanos. Outros manifestantes enfrentaram autoridades e danificaram carros de polícia depois de um comício de Trump em Orange County, na Califórnia.

Anteriormente, a violência era voltada contra as minorias, com casos como o de uma mulher negra sendo cercada, xingada e empurrada por espectadores brancos em um comício em Louisville, Kentucky, em março, e manifestante latino sendo chutado e arrastado por apoiadores brancos em um comício em Miami, em outubro, entre outras ações.

Embora a violência política não seja desconhecida, como ocorreu em 1968 na convenção democrática nacional, em Chicago, onde 119 policiais e 100 manifestantes ficaram feridos, raramente ela tem como alvo tão especificamente as minorias, disse o professor de administração política na Escola de Administração Política da Universidade George Washington, Matt Dallak.

Ele coloca grande parte da responsabilidade em Trump, que começou sua campanha política comparando imigrantes ilegais do México a criminosos. As multidões em comícios de Trump estão alimentando-se dele, “demonizando segmentos específicos da população, incluindo as minorias raciais”, disse.

“Quando você chicoteia as pessoas, isso contribui para uma atmosfera que leva à potencial violência política. Palavras importam”, acrescentou.

Trump diz que não incentiva a violência. A falha, alega, encontra-se com os manifestantes. Mas a retórica política está alimentando mitos mal colocados sobre as contribuições das minorias à sociedade, disse o fundador e presidente do Colaborativo Doador Latino, Sol Trujillo. “Nós somos um país que quebra barreiras, não ergue barreiras.”

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