Milhares protestam contra a guerra em frente da Casa Branca
Washington A Polícia dos Estados Unidos confirmou a detenção de 189 manifestantes durante um protesto no sábado contra a Guerra do Iraque, na qual milhares de pessoas percorreram o centro de Washington.
Os detidos tentaram saltar um muro baixo nas imediações do Congresso, que estava protegido por uma fila de policiais antidistúrbios. Os agentes imobilizaram os manifestantes com algemas de plástico, em alguns casos após fazer uso de um spray químico para controlá-los. Enquanto isso, centenas de manifestantes deitaram no chão contra o Capitólio para representar os mortos no Iraque. Foi o maior protesto contra a guerra este ano e um dos quais foi registrado o maior número de detenções. A coalizão que organizou a manifestação, disse que milhares de pessoas compareceram ao protesto, cerca de 5 mil.
O protesto começou no Parque Lafayette, em frente da Casa Branca, mas o presidente dos EUA, George W. Bush, não assistiu à manifestação, já que tinha ido passar o fim de semana na residência presidencial de Camp David, em Maryland. Os manifestantes estavam com cartazes dizendo "Apóie as tropas, acabe com a guerra" e "Vamos destituir Bush".
Enquanto isso, um grupo muito menor de manifestantes a favor da guerra se reunia do outro lado da Casa Branca. O protesto foi organizado pela associação Reunião de Águias, um grupo de veteranos do Vietnã, e o grupo conservador A República Livre. Seus participantes foram depois para a Avenida Pensilvânia, que vai da Casa Branca ao Capitólio. Por ali passou a maior manifestação dos pacifistas e os dois grupos trocaram palavras de ordem, gritos e insultos.
Bagdá Dezenas de supostos rebeldes sunitas atacaram vilas xiitas no Norte de Bagdá, matando pelo menos 15 pessoas e incendiando casas ontem. Uma bicicleta-bomba explodiu perto de um café onde eram servidos bebidas e alimentos durante o ramadã no Norte do Iraque.
O aumento da violência ocorreu um dia depois de a Al-Qaeda no Iraque ter anunciado uma nova ofensiva durante o mês islamita sagrado com o objetivo de refutar as afirmações norte-americanas e iraquianas de que o movimento terrorista estaria recuando após as ofensivas lideradas pelos Estados Unidos em torno da capital do Iraque.
Militares norte-americanos afirmaram que um suposto responsável pelo assassinato de um líder tribal sunita aliado dos Estados Unidos na província de Anbar foi detido no Norte de Bagdá. Abdul-Sattar Abu Risha, 37 anos, era líder da Anbar Despertar aliança de clãs que apóiam o governo do Iraque e as forças americanas contra a Al-Qaeda no Iraque que era apontado como um caso de sucesso da guerra. Ele e três companheiros foram mortos na explosão de bombas, na quinta-feira, fora de seu bem guardado complexo na capital provincial de Ramadi, dias depois de ter se reunido com George W. Bush.
O Exército dos Estados Unidos disse que o militante ligado à Al-Qaeda envolvido na morte de Risha e num complô para matar outros líderes tribais Fallah Khalifa Hiyas Fayyas al-Jumayli, um iraquiano também conhecido como Abu Khamis foi capturado sábado durante uma busca em três edifícios ao oeste de Balad. A busca por outros suspeitos prossegue.
Apesar das declarações norte-americanas de que o terror estaria regredindo, a violência deixou pelo menos 54 mortos no Iraque, incluindo nove civis que, segundo a polícia, foram mortos por seguranças privados que abriram fogo no centro de Bagdá. A embaixada americana disse que seguranças contratados pelo Departamento do Estado estavam envolvidos num incidente em Bagdá mas não deram detalhes. Leslie Phillips, porta-voz do Departamento de Estado em Washington, disse que o caso está sendo investigado.
Nos ataques às vilas xiitas de Jichan e Ghizlayat, os rebeldes chegaram de diferentes direções e os residentes resistiram até a chegada das forças iraquianas, que expulsaram os ataques para fazendas próximas. Segundo a polícia iraquiana, 15 pessoas foram mortas e dez feridas, incluindo duas crianças.
Mais ao norte, uma bicicleta-bomba explodiu na cidade religiosamente mista de Tuz Khormato, matando pelo menos cinco pessoas e ferindo 19. Testemunhas disseram que um garoto deixou a bicicleta perto de um café, num popular mercado, que era um dos poucos estabelecimento abertos de dia durante o ramadã. A tradição exige que os fiéis muçulmanos se abstenham de comer e beber entre o nascer e o pôr do sol ao longo do mês do ramadã.