Um plano para incrementar a presença militar dos Estados Unidos na Colômbia ganha a cada dia mais adversários, não só entre a ala mais esquerdista dos governos latino-americanos, como também entre os governos moderados de Brasil e Chile.

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Bogotá deve prorrogar neste mês seu acordo militar com os Estados Unidos, mas corre o risco de se ver isolada dos seus vizinhos na luta contra os grupos guerrilheiros e o narcotráfico.

O presidente da Venezuela, Hugo Chávez, acusa os EUA de quererem criar na Colômbia uma plataforma a partir da qual possam "atacar" seus vizinhos. Os governos de Equador, Bolívia e Nicarágua, aliados de Caracas, se somaram a essas críticas.

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Na semana passada, os questionamentos vieram do Chile, considerado um modelo das políticas de livre-mercado na região, e do Brasil, peso-pesado regional.

"Posso dizer que não me agrada outra base norte-americana na Colômbia", disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Agora, assim como eu não gostaria que o Uribe desse opiniões sobre coisas que faço no Brasil, preciso não dar opiniões nas coisas de Uribe", acrescentou.

A presidente do Chile, Michelle Bachelet, também manifestou preocupação, dizendo que o tema será discutido na reunião da semana que vem do bloco regional Unasul no Equador.

Bogotá informou que nem Uribe nem seu chanceler, Jaime Bermúdez, irão ao evento, no qual a Colômbia será representada por um funcionário de baixo escalão.

O Equador rompeu relações com a Colômbia em março de 2008, depois de um bombardeio colombiano contra um acampamento da guerrilha das Farc em território equatoriano.

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Já Chávez retirou seu embaixador em Bogotá depois de anunciar um congelamento das suas relações com a Colômbia, depois de um escândalo em que vários oficiais venezuelanos foram acusados de fornecer foguetes antitanque de fabricação sueca à guerrilha colombiana.

Chávez rejeitou a acusação de ajudar a guerrilha e ameaçou nacionalizar empresas colombianas em seu território.

"A Colômbia está ficando isolada dos seus vizinhos", disse o analista de segurança Armando Borrero. "Isso tem um efeito de bola de neve, o que torna o governo mais próximo de Washington", acrescentou.