Nova York - Novas revelações a respeito da operação secreta que matou Osama bin Laden reforçaram ontem as suspeitas acerca da veracidade da versão oficial da Casa Branca.
Funcionários do próprio governo dos EUA disseram ao jornal The New York Times que os agentes norte-americanos enfrentaram resistência armada de apenas uma pessoa e neutralizaram sem dificuldade a defesa do terrorista.
Segundo as autoridades norte-americanas, que falaram sob anonimato ao jornal, os tiros foram disparados pelo mensageiro de Bin Laden que, na versão do governo, permitiu a descoberta do esconderijo e ainda fora da casa.
Abu Ahmed al Kuwaiti foi, porém, morto rapidamente, junto com uma mulher que o acompanhava, pelos cerca de 20 Seals força especial americana que fizeram a linha de frente da operação.
Após o confronto, os agentes especiais encontraram o caminho livre para entrar na casa e se dirigir ao quarto onde se encontrava Bin Laden, no terceiro e último andar.
No caminho, ainda segundo o relato ao New York Times, o irmão do mensageiro também foi morto ao supostamente preparar uma arma para disparar nos agentes.
E, ao chegar ao recinto onde estava o terrorista, as forças norte-americanas o acharam desarmado, mas com um fuzil AK-47 e uma pistola à mão e ao lado de uma mulher. Bin Laden foi então morto com um tiro na cabeça. E a mulher, ferida numa perna.
O relato contradiz em vários pontos a versão oficial. Em um primeiro momento, os EUA disseram que os seus agentes se depararam com cerrado tiroteio de cerca de 40 minutos para alcançar Bin Laden no último andar. Este, por sua vez, portava uma arma e tentou resistir, inclusive fazendo a acompanhante que seria a sua mulher como escudo humano.
Já na terça, foram feitos reparos à versão pelo próprio governo norte-americano, que disse que Bin Laden não estava armado nem usou a acompanhante, que não era sua mulher, como escudo humano. E, quarta-feira, a tevê Al Arabiya divulgou relato de uma das filhas de Bin Laden, que estava no local, dizendo que seu pai foi pego ainda vivo, sendo portanto executado.
Ontem, um alto funcionário do governo paquistanês corroborou a versão, dizendo à agência Reuters que o líder foi morto "a sangue frio.