Apoiadores do Partido dos Democratas Suecos ergue um cartaz com a foto do líder do partido, Jimmie Akesson, antes de um evento de campanha em Estocolmo, Suécia, em 8 de setembro de 2018| Foto: JONATHAN NACKSTRAND/AFP

Os dois blocos políticos tradicionais da Suécia estavam correndo de um lado para o outro na véspera da eleição deste domingo (9), já que nenhum deles está perto de obter uma maioria no Parlamento e há uma onda crescente de apoio aos nacionalistas do Partido dos Democratas Suecos (SD).

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A Aliança, que reúne quatro partidos de centro-direita, está promovendo um retorno tardio, vendo seu apoio subir para 38,1% nas pesquisas de intenção de voto. O apoio ao bloco de centro-esquerda, formado pelos social-democratas, Partido Verde e Partido de Esquerda é de 40,8%. 

Mas com a ascensão dos democratas suecos, nacionalistas e anti-imigração, nenhum dos dois blocos parece capaz de formar um governo majoritário. O cenário mais provável é que o lado com o maior número de votos, em vez disso, tentará formar um gabinete, mas precisará do apoio do SD ou da oposição para criar leis e aprovar orçamentos. 

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Com base na última pesquisa de opinião, a coligação de centro-esquerda controlaria 146 assentos no parlamento contra 137 da Aliança. Ainda assim, a Aliança e os Democratas Suecos querem a saída do primeiro-ministro Stefan Lofven (social-democrata) e, como os nacionalistas tipicamente se juntam à centro-direita, a Aliança pode ainda ser a única capaz de formar um governo. 

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O bloco que recebe mais votos geralmente tenta formar um governo, mas o primeiro-ministro pode ser barrado caso uma maioria do parlamento seja contra a indicação. 

Na última pesquisa da Skop, empresa de pesquisa de opinião pública, o apoio à centro-esquerda caiu para 38,3% e o apoio à Aliança subiu para 38,4%. Na recente pesquisa da Ipsos,  a coligação verde e vermelha estava com 40,8%, enquanto o apoio da Aliança subiu para 39%. Uma pesquisa da Novus, divulgada na sexta-feira (7), mostrou que a centro-esquerda com 39,9% das intenções de voto contra 38,5% da Aliança. 

Apoio aos partidos

Isso aumenta a probabilidade de que o próximo primeiro-ministro da Suécia seja o líder do Partido Moderado, Ulf Kristersson, cujo grupo é o maior da Aliança. Mesmo assim, seu partido está lutando para obter o mesmo apoio que obteve nas eleições de 2014 – e cerca de metade do apoio eleitoral que desfrutou no início desta década. O partido pode até ser ultrapassado pelos democratas suecos como o segundo maior do país. 

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Os social-democratas devem obter o pior resultado em votações, desde que a eleição geral começou, em 1921. A última pesquisa de intenção de voto revela que o partido é apoiado por apenas 25,1% dos eleitores, ante 31% em 2014, depois de perder eleitores para os democratas suecos e para o partido da esquerda. Na pesquisa da Novus, ele só obteve 24,9% de apoio. 

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"Os social-democratas parecem estar caminhando para uma eleição catastrófica", diz Torbjorn Sjostrom, diretor executivo da Novus, emrpesa de opinião pública, em uma entrevista. "Eles terão seu pior resultado, se esta tendência continuar". 

Quanto aos moderados, Sjostrom disse que qualquer resultado em que os democratas suecos os superem como o segundo maior partido será problemático. 

"É realmente possível ser primeiro-ministro se você é apenas o terceiro maior partido?" ele disse. "Vai ser uma situação estranha se os democratas suecos se tornarem o segundo maior partido, mas não forem considerados como parte de um governo ou mesmo como apoio ao futuro governo. E o que os social-democratas vão fazer com o Partido da Esquerda, considerando seu tamanho?". 

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"Há muitos fatores que tornarão as coisas muito complicadas após o dia das eleições", resume Sjostrom.