Londres - O criador do WikiLeaks, Julian Assange, declarou em uma entrevista publicada ontem pelo jornal britânico Sunday Times já ter assinado acordos no valor de mais de um milhão de libras esterlinas (cerca de R$ 2,5 milhões) para escrever sua autobiografia.
Assange indicou ao jornal que este dinheiro irá ajudá-lo a se defender das acusações de crimes sexuais às quais responde na Suécia.
"Não queria escrever este livro, mas tenho de fazê-lo", disse. "Já gastei umas 200 mil libras [R$ 525 mil] com despesas legais e tenho que me defender, além de manter o WikiLeaks funcionando."
O WikiLeaks ficou famoso por divulgar documentos sigilosos. Embora esteja no ar há alguns anos, ele ganhou destaque internacional neste ano, ao levar a público 77 mil documentos da inteligência americana sobre o Iraque e, nas últimas semanas, divulgar 2 mil telegramas secretos do Departamento de Estado dos EUA, de um total de 250 mil recebidos, com os bastidores da diplomacia americana.
Assange está atualmente em liberdade sob fiança no interior da Inglaterra, enquanto tenta evitar uma extradição para a Suécia.
No último dia 21, o jornal britânico Guardian havia informado que Assange vendeu suas memórias a uma editora nos EUA e uma no Reino Unido, e que deve ter um manuscrito pronto em março.
Assange está em liberdade desde 16 de dezembro, após pagar fiança na Grã-Bretanha, e luta contra um processo de extradição na Suécia, onde é acusado de crimes sexuais. Ele tem enfrentado problemas para financiar o site.
Editoras
Segundo o jornal, Assange vendeu suas memórias à editora Canongate, no Reino Unido, e Knopf, nos EUA.
A notícia dos livros vieram à tona por meio de um comentário no Twitter da editora espanhola Random House Mondadori, em que o chefe da divisão literária Claudio Lopez disse: "Manuscrito listo en marzo" (manuscrito pronto em março, em tradução livre).
No Brasil, o livro deverá ser publicado pela editora Cia. das Letras. O lançamento será simultâneo em todo o mundo, mas ainda sem data definida.