O procurador-geral de Ohio, Mike DeWine, disse ontem que a menina de 6 anos encontrada junto com três mulheres que foram sequestradas em Cleveland é filha de Ariel Castro, 52 anos.
Castro confessou ter capturado Amanda Berry, 27 anos, Georgina DeJesus, 23 anos, e Michelle Knight, 32 anos, entre 2002 e 2004. Elas saíram do cativeiro na segunda-feira, após passar cerca de dez anos presas. O sequestrador foi capturado pela polícia logo após a libertação das mulheres.
Segundo DeWine, o resultado foi obtido após um exame de DNA que comparou o material genético da criança com o do sequestrador. As amostras foram recolhidas ontem e o exame foi feito pelos investigadores da polícia durante a madrugada.
A menina é filha de Amanda Berry, uma das mulheres encontradas na casa de Castro e que havia desaparecido em 2004. Em depoimento à polícia, Michelle Knight disse que a menina nasceu no cativeiro, dentro de uma piscina de plástico, e que ela teve de fazer o parto.
A vítima do sequestro afirmou que a criança chegou a ter problemas respiratórios após nascer e que Castro chegou a ameaçá-la de morte se a menina morresse.
Peritos
O FBI não encontrou restos humanos em sua busca na casa de Castro, segundo a porta-voz Vicki Anderson. Os agentes removeram mais de 200 pedaços de evidências, acrescentou ela, recusando-se a detalhar o que foi encontrado.
Anos antes de sequestrar as mulheres, Castro aterrorizou a mãe de seus filhos, espancando-a e prendendo-a dentro de casa, de acordo com membros da família.
Parentes de Grimilda Figueroa, que se separou de Castro muitos anos atrás e que morreu no ano passado, de uma doença crônica, o descrevia como um "monstro". Certa vez, ele a empurrou para dentro de uma caixa de papelão e fechou a tampa, disse Elida Caraballo, irmã de Grimilda. "Ele disse para ela ficar ali até que ele mandasse que ela saísse", declarou ela.
Monica Stephens, ex-nora de Castro, se lembra de conversas que teve com o ex-marido, nas quais ele dizia que o pai batia nele e na mãe. "Eles eram reféns em sua própria casa", revelou ela.
PrivacidadeMichelle Knight é a última refém a deixar hospital em Cleveland
Michelle Knight, uma das três mulheres que foram mantidas reféns em uma casa de Cleveland, Ohio, durante cerca de dez anos, recebeu alta ontem do Centro Médico MetroHealth.
Michelle, Amanda Berry e Georgina DeJesus foram resgatadas na última segunda-feira em Cleveland. Além das três mulheres, foi resgatada uma menina de seis anos, filha de Amanda com o sequestrador.
Funcionários do hospital em que estava Michelle não quiseram revelar a razão pela qual ela passou mais tempo internada. Amanda e Georgina voltaram para suas casas na quarta.
Michelle está em boas condições de saúde, mas não aceitou receber sua mãe nem sua avó, que haviam se mudado para a Flórida depois de seu desaparecimento na época, a atitude delas foi interpretada pela família como uma espécie de fuga.
Filho
Antes de ser sequestrada, Michelle perdeu uma disputa judicial com autoridades pela custódia de seu filho que, na época, tinha 3 anos.
"Eles o levaram e ela saiu de casa e nunca mais voltou", contou a avó, explicando por que a família achava que ela havia fugido.
Um dos dois irmãos de Michelle, Freddie Knight, foi visitá-la no hospital. "Sua pele estava branca como um fantasma", afirmou Freddie. "Ela me disse que estava animada para começar uma nova vida."
Depois disso, ela conversou com a irmã por telefone uma vez.
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