A pequena "Maria", que foi retirada dos pais ciganos que a tinham registrado com documentos falsos, continua no hospital à espera do término de seu exame médico, e nesta terça-feira (22) foi divulgado que não está na lista de menores desaparecidos entregue pela Interpol à polícia grega.
A central da Interpol de Lyon confirmou aos serviços policiais gregos que o DNA de "Maria", achada em um acampamento de ciganos, não bate com nenhuma das 606 pessoas que figuram em seu registro de desaparecidas e entre as que se encontram 61 crianças que poderiam ter a idade dela.
Panayiotis Pardalis, porta-voz da ONG "O Sorriso de uma criança", em declarações a Agência Efe explicou que "o estado de saúde de "Maria" é bom, e espera-se que saia do hospital entre hoje e amanhã".
O porta-voz garantiu que a menina "não se queixa nem pergunta por sua situação, mas se mostra contente e comunicativa com os assistentes sociais que cuidam dela".
"Maria" está no centro hospitalar desde que foi encontrada na sexta-feira pela polícia em um acampamento de ciganos no centro da Grécia, onde convivia com um casal, que desde ontem está em prisão preventiva acusado de sequestro de menores e posse de documentação falsa.
Um exame de DNA comprovou que o homem de 40 anos e a mulher de 39 não são pais da criança.
"Segundo a última informação que temos, podemos confirmar que "Maria" estava sendo explorada", declarou Pardalis, em referência à divulgação de um vídeo no qual se pode ver à menor dançando com duas pessoas adultas.
A polícia grega não encontrou, até agora, pistas relevantes que permitam localizar os pais biológicos da menor.
"María" evidenciou as deficiências do sistema de registro civil grego, já que a ausência de uma base de dados centralizada permite vários abusos, especialmente nos casos nos quais em que o parto acontece em casa.
Neste sentido, o fiscal do Tribunal Supremo da Grécia ordenou uma investigação nacional sobre os registros de nascimento no caso de partos caseiros, emitidos a partir de 1º de janeiro de 2008, para tentar combater a fraude de famílias que declaram nascimentos em diferentes regiões administrativas.
Além disso, o promotor antecipou que nos próximos dias uma lei que regule o registro de crianças vai ser discutida no parlamento, de modo que seja obrigatória a realização de uma prova de DNA nos partos caseiros para certificar a paternidade dos progenitores.
O casal de ciganos se passava por pais de "Maria" tinha registrado à menina apresentando documentos falsos no registro civil da Prefeitura de Atenas, uma manobra com a qual tinham declarado no total 14 crianças nos registros civis de três cidades gregas.