Pais preocupados com um potencial risco de obesidade em seus filhos deviam se preocupar menos com junk-food e mais com os arredores de suas casas. Um novo estudo, conduzido nos Estados Unidos, mostra que o risco de obesidade aumenta mais, conforme há menos áreas verdes por perto.
A pesquisa foi conduzida por Janice Bell, da Escola de Saúde Pública e Medicina Comunitária da Universidade de Washington, e seus colegas. Eles acompanharam 3.831 crianças e jovens, de 3 a 16 anos, cada um durante dois anos. Os dados de todos os participantes foram acumulados ao longo de seis anos, entre 1996 e 2002.
O grupo esperava encontrar um elo entre maior aumento de massa corporal entre as crianças que vivessem em regiões com maior densidade populacional. Mas os resultados mostraram algo diferente: quem vivia mais perto de áreas verdes ganhava menos peso. A correlação foi estabelecida de forma muito precisa, usando imagens de satélite para verificar quanto verde havia ao redor dos endereços. E os cientistas tomaram o cuidado de só incluir na pesquisa crianças e jovens que tenham morado os dois anos do estudo no mesmo endereço.
A explicação? Só pode ser a mais óbvia, dizem os pesquisadores. "Crianças e jovens vivendo em vizinhanças arborizadas tiveram resultados menores nos índices de massa corporal na segunda medição, presumivelmente por conta de aumento de atividades físicas ou tempo gasto fora de casa", afirmam os cientistas, em artigo publicado na última edição do "American Journal of Preventive Medicine".
O grupo de Janice Bell acredita que os resultados podem ser importantes na definição de políticas públicas contra a obesidade. "A arborização pode servir de alvo para estratégias ambientais de prevenção da obesidade infantil", escrevem os pesquisadores.