O presidente do Conselho Superior da Crimeia, Vladimir Konstantinov, anunciou neste sábado (08) garantias de Moscou no âmbito social e orçamentário, caso o referendo convocado para o dia 16 de março respalde a reunificação com a Rússia - e ela seja efetivada.
"As compensações e os salários os funcionários públicos (...) serão feitas de acordo com os padrões russos. A Rússia nos garantiu. Na verdade, é mais do que esperávamos", disse Konstantinov aos jornalistas locais em sua volta de Moscou, onde teve reuniões com altos cargos russos.
Além disso, Konstantinov informou que a transferência da agora república autônoma ucraniana à jurisdição russa poderia ser completada antes do fim deste mês de março.
"A transferência de jurisdição é um processo complexo, mas acho que no fim de um mês, março, e com um resultado positivo do referendo, os crimeanos começarão a se sentir cidadãos de outro país", apontou o presidente do Legislativo regional.
Konstantinov, que se reuniu nesta sexta (07) em Moscou com os presidentes da Duma (Câmara dos Deputados russa), Sergei Narishkin, e do Senado, Valentina Matvienko, voltou muito satisfeito a Simferopol, capital da Crimeia.
"A situação acontece com dinamismo, venho de Moscou com boas notícias. Recebemos resposta a todas as nossas perguntas. Foi uma agradável surpresa a reação da Rússia a nossos problemas", afirmou.
Para muitos russos, a incorporação da Crimeia à Federação Russa seria uma decisão de justiça, já que essa península no Mar Negro foi transpassada administrativamente da Rússia à Ucrânia em 1954, pelo então líder soviético, o ucraniano Nikita Jrushov.
A península tem uma população de cerca de 2 milhões de habitantes, dos quais 60% são russos, 26% ucranianos e 12% tártaros, favoráveis a manter a região dentro da Ucrânia.
As novas autoridades de Kiev não reconhecem o governo da autonomia, que por sua vez considera ilegítimo o Executivo central e só admite como presidente da Ucrânia o deposto Viktor Yanukovich, refugiado na Rússia.
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