Algumas comunidades da minoria tártara na Crimeia serão desalojadas das terras que ocuparam nos últimos anos, anunciou nesta terça-feira (19) o vice-primeiro-ministro do autoproclamado governo crimeano, Rustam Temirgaliev.

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"Queremos legalizar mediante convênios todas as áreas que os tártaros crimeanos ocupam. Pediremos que eles desocupem parte das terras, já que precisamos delas para fins sociais", disse Temirgaliev em entrevista publicada pela agência governista russa RIA Novosti.

O vice-chanceler assegurou que algumas das terras onde fica a comunidade tártara foram ocupadas de forma ilegal.

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"Mas estamos dispostos a oferecer e legalizar muitas outras parcelas para uma atividade normal dos tártaros crimeanos", disse.

Ao mesmo tempo, Temirgaliev disse que os líderes tártaros ostentarão as vice-presidências do parlamento e o governo regionais para ter uma justa representação nos órgãos de poder da nova república, autoproclamada independente da Ucrânia ontem.

O líder dos tártaros da Crimeia, Refat Chubárov, tachou na segunda-feira (17) de "farsa" o referendo realizado no domingo (16) na autonomia ucraniana no qual 96,77% dos eleitores apoiaram a ruptura com a Ucrânia e a adesão à Rússia.

Chubárov assegurou que em alguns pontos da península, onde a maior parte da população são tártaros, os resultados foram manipulados pelas autoridades pró-Rússia.

Os tártaros, que não chegam a 300 mil na península, eram os principais habitantes da Crimeia até que o império russo conquistou o território no século XVIII, após o que foram vítimas de repressões, crise de fome e deportações.

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Devido à deportação stalinista por colaborar supostamente com a Alemanha nazista, os tártaros passaram 50 anos longe da Crimeia, à qual retornaram só quando foram reabilitados, após a queda da União Soviética.