ONU
O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) vai se reunir hoje para votar uma resolução sobre a crise na Ucrânia, mas a Rússia, que é membro permanente do conselho, deverá vetá-la. A informação é da missão de Luxemburgo, que detém atualmente a presidência rotativa do conselho. A proposta de resolução pede que todas as partes busquem "imediatamente a resolução pacífica dessa disputa por meio de diálogo político direto". O esboço do documento assinala que a Ucrânia não autorizou o referendo marcado para amanhã.
Sanções
As autoridades da União Europeia (UE) se reunirão novamente amanhã para chegar a um consenso sobre as sanções que o bloco aplicará sobre certas autoridades da Rússia como resultado das ações de Moscou na Crimeia. Os ministros das Relações Exteriores se reunirão na segunda-feira e deverão aprovar algumas sanções específicas. No entanto, ainda há um intenso debate entre os Estados membros sobre como aplicar amplamente medidas contra as autoridades russas inicialmente.
Kerry
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, afirmou que haverá custos para a Rússia se o referendo na Crimeia for concretizado. O governo americano e a União Europeia planejam aplicar sanções já na segunda-feira se a população da península decidir pela separação da Ucrânia e anexação ao território russo. As sanções atingiriam autoridades e empresas russas acusadas de contribuir para a escalada da crise. Kerry disse ainda que a economia da Rússia será afetada de forma significante pelas escolhas do país.
Putin
O secretário de Estado dos EUA, John Kerry, disse ontem que, após seis horas de conversas "francas" e "construtivas" com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov, foi informado de que o presidente russo, Vladimir Putin, não tomará qualquer decisão sobre a crise na Ucrânia até a realização do referendo na Crimeia.
Proteção
A Rússia afirmou ontem que "se reserva ao direito de proteger o povo" da Ucrânia após um protesto em Donestk, na região sudeste ucraniana, terminar com violência na quinta-feira. Segundo o Ministério das Relações Exteriores russo, o fato de o protesto resultar em uma morte mostra que Kiev não está no controle da situação no país. "A Rússia está consciente da sua responsabilidade pela vida dos seus compatriotas", disse o comunicado. Cerca de 2,5 mil pessoas participaram dos protestos de ambos os lados.
O governo da península da Crimeia diz que os jornalistas credenciados para cobrir o referendo amanhã são "obrigados" a "não distribuir material de natureza negativa".
É o que informa o aviso de um credenciamento aos profissionais que pretendem cobrir os locais de votação.
Segundo o texto, o jornalista credenciado é "obrigado" (termo usado pelo governo) a informar "objetivamente o seu público sobre a votação".
"Na sua atividade profissional utilizar os fatos documentados, em conformidade com as normas geralmente aceitas de ética jornalística, e não distribuir materiais de natureza negativa", afirma.
O credenciamento é organizado por uma comissão da República Autônoma da Crimeia que cuidará do referendo que votará a independência em relação à Ucrânia e, ao mesmo tempo, a anexação do território à Rússia.
O governo não deixa claro se os jornalistas que optarem por não fazer esse credenciamento, encerrado oficialmente ontem, terão acesso aos locais de votação amanhã.
O referendo tem sido marcado pelo protesto de jornalistas contra a suposta intimidação na Crimeia por parte de forças pró-Rússia. Na quinta-feira, um jornalista francês, do Canal +, passou horas detido em Simferopol, capital da península.
A entidade Repórteres Sem Fronteiras tem protestado contra o controle do trabalho jornalístico na região. Segundo a ONG, duas jornalistas ucranianas foram libertadas no começo da semana após serem presas.
O clima nas ruas mantém-se tenso, mas sem relatos de confronto ou violência. Os chamados "cossacos", homens desarmados vestidos de soldados do Império Russo, continuam protegendo o Parlamento e a sede do primeiro-ministro local, aliado do presidente da Rússia, Vladimir Putin.
Contexto
Crimeia foi anexada à Ucrânia em 1954, na formação da URSS
A Crimeia, cuja população é de maioria russa, foi anexada à Ucrânia em 1954, na formação da União Soviética (URSS) e manteve-se nesta situação durante a independência ucraniana em 1991.
Há poucas semanas, políticos pró-Rússia tomaram o poder da península em protesto contra a queda do presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, aliado de Putin.
Logo depois, declararam decisão de se anexar à Rússia, convocando o referendo para amanhã.
A consulta pública tem sido considerada ilegal pelo novo governo da Ucrânia e por potências ocidentais, como os Estados Unidos e membros da União Europeia.
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