O primeiro-ministro do Japão, Naoto Kan, afirmou ontem que o país vive sua mais grave crise desde a devastação provocada pela 2.ª Guerra, há 65 anos. A crise humanitária provocada pelo terremoto seguido de tsunami e a ameaça de um desastre nuclear se agravam a cada dia, com centenas de milhares de pessoas em abrigos provisórios e inúmeras cidades com falta de água, comida e combustível.

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Cerca de 1,8 milhão de residências estão sem energia e o governo começará hoje a racionar eletricidade em Tóquio para evitar um blecaute no sistema. Quinhentas mil famílias estão sem água e os serviços de transporte continuam interrompidos em várias áreas do nordeste do país.

Estradas parcialmente destruídas e linhas de trem interrompidas dificultam as operações de resgate e de distribuição de suprimentos. Um foto área divulgada ontem pela agência de notícias Kyodo News mostrava uma imensa fila de pessoas em busca de água.

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Autoridades disseram que mais de 10 mil pessoas podem ter morrido no desastre provocado pelo tremor que atingiu o país na sexta-feira, cuja intensidade foi revista para 9 graus na escala Richter. Só na cidade de Minamisanriku, 10 mil pessoas estão desaparecidas, mais da metade dos 17 mil habitantes do lugar.

O governo japonês dobrou ontem para 100 mil o contingente de soldados envolvidos na operação de resgate, número que corresponde a 40% das tropas do país, na maior mobilização das Forças Armadas desde a 2ª Guerra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.