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Venezuela

Crise em Caracas faz de Chacao uma trincheira

Guarda Nacional Bolivariana vigia as ruas nos arredores da Praça Altamira, em Chacao | Miguel Gutierrez/Efe
Guarda Nacional Bolivariana vigia as ruas nos arredores da Praça Altamira, em Chacao (Foto: Miguel Gutierrez/Efe)
Garis tiveram de limpar o lixo acumulado nas manifestações |

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Garis tiveram de limpar o lixo acumulado nas manifestações

Entre escombros, pedras, barricadas e cheiro de gás lacrimogêneo circulam os moradores de Chacao, no leste de Caracas. No último mês, a área residencial da capital venezuelana foi se transformando em uma trincheira de batalha vespertina.

Um dos cinco setores administrativos de Caracas, Chacao se transformou no bastião das manifestações violentas, com cenas que se repetiram diariamente, de pessoas armando barricadas e lançando coquetéis molotov contra soldados de segurança, que respondem com disparos de balas de chumbo, gases e jatos de água.

Os protestos de grupos radicais provocaram vários danos contra o mobiliário urbano, estruturas dos serviços de transporte da cidade, edifícios privados e mantêm contínuos bloqueios de ruas com lixo queimado que permanece durante dias sobre o asfalto.

"Não estou de acordo com o vandalismo, com o protesto sim, sempre, e quando seja pacífico", comentou Marielena Sánchez, uma dona de casa de 60 anos, visivelmente afetada pelo efeito do gás lacrimogêneo que persiste no ambiente.

Um grande cartaz pendurado entre dois postes de luz no centro de Chacao rejeita as ações de violência.

"Chacao repudia agressões contra moradores e bens", se lê no cartaz, uma alusão que engloba tanto os manifestantes violentos como a resposta "excessiva", nas palavras dos responsáveis municipais, da Guarda Nacional.

Os transeuntes circulam pelas ruas de Chacao com lenços, outros simplesmente cobrem o rosto com suas mãos, enquanto caminham a passo veloz sobre os escombros removidos das barricadas.

"Não é possível identificar as partes do conflito, uns dizem que são estudantes, outros dizem que fazem parte dos coletivos [chavistas], e passam disparando (...) não sabe quem é quem, mas a situação é realmente conflituosa", declarou Cleyton Barbosa, um comerciante de 53 anos.

Barbosa comentou que vive um "toque de recolher" depois das 18h, momento no qual, todas as tardes, a cidade – que após a tomada de poder de Hugo Chávez em 1999 foi governada por prefeitos contrários ao governo – se "transforma em um campo de batalha".

Javier García, um açougueiro que há um ano trabalha no centro deste município, assegura que as vendas diminuíram e que sai de seu trabalho cedo, "antes que comecem" os distúrbios.

Oficial é o 29.º morto em protestos

Folhapress

Um capitão da Guarda Nacional da Venezuela morreu ontem após ter sido baleado durante uma manifestação em Maracay, no domingo, a 132 km da capital Caracas. Com isso, chega a 29 o número de mortos em protestos no país. Segundo o Comando Estratégico Operacional das Forças Armadas, o capitão José Guillén foi atingido na cabeça por um disparo feito por manifestantes quando sua unidade da Guarda Nacional tentava liberar uma avenida de Maracay. Ele chegou a ser levado para o hospital, mas não resistiu e morreu em seguida. Desde o início de fevereiro, outras 400 pessoas ficaram feridas, entre policiais e manifestantes, durante confrontos entre os opositores e as forças de segurança. O presidente Nicolás Maduro acusa a oposição de querer fazer um golpe de Estado patrocinado pelos EUA.

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