Presente de craque
Capitão de seleção manda camisa autografada a Zelaya
Folhapress
Tegucigalpa - Depois de o governo interino ter feito festa para a seleção hondurenha, foi a vez ontem de o presidente deposto Manuel Zelaya receber alguns créditos políticos com o futebol. Sua filha Xiomara "Pichu recebeu uma camiseta autografada que o capitão do time hondurenho, Amado Guevara, enviou a Zelaya.
A Seleção de Honduras garantiu a classificação ao Mundial da África, em 2010, com uma vitória de 1 a 0 contra El Salvador, na quarta-feira à noite.
No autógrafo, o herói nacional escreveu "Para o presidente José Manuel Zelaya, de seu amigo, A. Guevara. A camisa foi entregue pela mãe do jogador, Flor Guevara.
Segundo a mãe de Guevara, ele quis entregar pessoalmente a camisa ao presidente deposto, mas a entrada na embaixada brasileira poderia ser "complicada.
A filha de Zelaya tratou de desfazer a impressão de que os movimentos de apoio a seu pai torciam contra uma vitória da seleção, para evitar a manipulação política pelo governo interino da classificação à Copa após 27 anos. "Vocês viram que na resistência muitas pessoas comemoraram, mostrando que juntos podemos chegar a muitas coisas e que pode haver de novo unidade no país, disse.
Ao receber a camisa, Zelaya mostrou não acompanhar muito futebol. "É esse que fez o gol (da vitória sobre El Salvador)?, perguntou. "Não, é o capitão, respondeu um assessor.
Tegucigalpa - O impasse em torno de qual poder analisará um eventual acordo para a restituição de Manuel Zelaya à Presidência de Honduras adiou novamente o fim das negociações em Tegucigalpa entre o presidente deposto e o governo interino, de Roberto Micheletti.
A divergência continua sendo se o Judiciário, como quer Micheletti, ou o Legislativo, como exige Zelaya, é o poder que tem a incumbência de aceitar ou recusar um acordo assinado pelos dois lados para a restituição do presidente deposto.
Segundo um alto assessor de Zelaya, a ratificação pela Suprema Corte de um eventual acordo é inaceitável porque a instância máxima do Judiciário hondurenho já se pronunciou desfavoravelmente sobre o Acordo de San José, proposta elaborada no final de julho e que prevê um retorno condicionado do presidente deposto. As negociações atuais giram em torno desse texto.
Já Micheletti argumenta que o Judiciário é a instância adequada para analisar se uma eventual volta de Zelaya tem base jurídica ou não.
No final de agosto, a Suprema Corte se pronunciou contra o plano elaborado pelo presidente da Costa Rica, Óscar Arias. Em comunicado divulgado na época, o tribunal máximo do país disse, "se Zelaya voltar ao país, será para se submeter à Justiça, e não para recuperar o poder como presidente.
Após sua deposição, Zelaya foi denunciado ao Ministério Público por vários crimes, entre os quais "traição à pátria, por tentar promover uma Assembleia Constituinte apesar de decisões contrárias do Legislativo e do Judiciário.
"Não podemos aceitar (para ratificar o pacto) um juiz que já se pronunciou (negativamente), disse, sob condição de anonimato, o assessor de Zelaya.
Na avaliação de Zelaya, um eventual acordo só deveria ser revisado pelo Congresso, que estaria dando sinais de que chancelaria a sua volta, apesar de ter apoiado em peso a sua deposição, em 28 de junho.
O ponto não evoluiu no dia de ontem. Os dois times saíram da mesa de negociações mais de duas vezes para consultas. O clima de tensão tomou conta do hotel onde se realizam as negociações, e a polícia pela primeira vez entrou no local para garantir a segurança.
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A volta do presidente deposto Manuel Zelaya ao poder deve ser decidida pelo Legislativo ou pela Justiça?
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