A aguardada estreia de Cuba na Cúpula das Américas, na próxima semana, pode ser ofuscada pelo enfrentamento entre Venezuela e EUA e a insistência do presidente Nicolás Maduro em obter uma declaração que condene as sanções impostas por Washington a sete autoridades do país acusadas de violação de direitos humanos e corrupção.
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Leia a matéria completaA maioria dos países da região, entre os quais o Brasil, gostaria de manter o assunto em segundo plano e focar a atenção na presença de Raúl Castro entre os 35 líderes do continente que se reunirão no Panamá, dias 10 e 11. Será a primeira participação de Cuba em uma Cúpula das Américas e a primeira interação oficial do país com todo o continente no âmbito de uma instituição regional desde sua suspensão da Organização dos Estados Americanos (OEA), em 1962.
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Apesar de as sanções americanas atingirem apenas sete indivíduos, sua linguagem deu a Maduro uma bandeira contra Washington. Para impor as penalidades, o presidente Barack Obama cumpriu o protocolo legal de declarar Caracas uma “ameaça” à segurança nacional do país. Maduro usou a expressão para denunciar uma suposta intenção dos EUA de invadir a Venezuela e derrubar seu governo.
O enfrentamento entre Washington e Caracas coloca Cuba em uma situação “desconfortável”, avalia Harold Trinkunas, diretor do programa sobre América Latina do Brookings Institution. Segundo ele, Havana terá de encontrar um equilíbrio entre a aproximação com os EUA e a lealdade com a Venezuela.
No Panamá, Maduro pretende entregar a Obama um abaixo-assinado com milhões de adesões pedindo a revogação das sanções impostas no dia 9 de março. Roberta Jacobson, secretária assistente para as Américas do Departamento de Estado, diz que as penalidades não afetam a economia nem o governo venezuelano. “A questão das sanções contra sete indivíduos assumiu proporções exageradas”, disse ela, na sexta-feira.
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