A Aliança Islâmica Xiita, bloco que governa o Iraque, exigiu nesta segunda-feira que as tropas dos EUA devolvam o controle sobre a segurança pública às forças do Iraque após o que ela chamou de "assassinato a sangue frio" por soldados de pessoas desarmadas em uma mesquita iraquiana no domingo.

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- A Aliança pede uma rápida devolução do controle sobre os problemas de segurança ao governo iraquiano - afirmou Jawad al-Maliki, porta-voz do bloco que chegou ao poder com o apoio de Washington.

Rida Jawad al-Takki, de um partido que compõe a Aliança, afirmou:

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- Temos dito com freqüência que as forças americanas vêm cometendo grandes erros em relação a questões de segurança e que os iraquianos deveriam lidar com isso.

Ainda nesta segunda-feira, o governador de Bagdá, Hussein al-Tahan, disse que suspenderá toda a cooperação com as forças dos EUA até que uma investigação independente seja lançada para tratar da morte dos 20 xiitas.

- Hoje decidimos interromper toda cooperação política e de serviços com as forças dos EUA até que um comitê legal seja formado para investigar o incidente - afirmou Tahan, acrescentou que o painel deveria incluir membros da embaixada americana e do Ministério da Defesa do Iraque, mas não do Exército de Washington.

O comando militar dos EUA negou que seus soldados tenham entrado na mesquita de Mustafa durante uma operação, no último domingo, perto da Cidade Sadr, um bairro de Bagdá dominado pelo clérigo radical Moqtada al-Sadr.

Os militares dos EUA descreveram uma operação de forças especiais do Iraque, apoiadas por conselheiros americanos. Nessa operação, 16 insurgentes teriam sido mortos.

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Segundo policiais e moradores de Bagdá, os mortos seriam integrantes do Exército Mehdi, milícia ligada a Sadr.

Quando os funerais começaram, homens choravam e se abraçavam antes de os caixões serem transportados na parte superior de furgões.

Em um sinal da falta de confiança dos iraquianos em relação às forças do governo apoiadas pelos EUA, as pessoas presentes no enterro afirmavam que apenas o Exército Mehdi poderia protegê-las da violência sectária.

- Ninguém está nos protegendo - gritou Hamid Taayab. - Se não fosse pelo Exército Mehdi, poderíamos ser massacrados em nossas casas - continuou.