Diana Mondino, ministra das Relações Exteriores da Argentina, durante evento da OCDE na França em fevereiro deste ano| Foto: EFE/Edgar Sapiña Manchado
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A ministra das Relações Exteriores da Argentina, Diana Mondino, disse nesta terça-feira (21) que o controverso conflito diplomático entre os governos do seu país e da Espanha, que levou o governo espanhol a retirar sua embaixadora de Buenos Aires, é "uma historinha", um assunto "interno e político" que não pode afetar as relações entre as duas sociedades.

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"É uma historinha que temos com a Espanha", disse Mondino durante seu discurso em um evento organizado pelo Instituto Argentino de Executivos Financeiros (IAEF), sob o título "Argentina: uma oportunidade diferente. Acordos essenciais para um futuro sustentável", em Buenos Aires.

A chanceler argentina, que descreveu o assunto como uma "questão estritamente interna e política", disse que "a relação pessoal que pode existir entre os líderes de um país [Javier Milei e Pedro Sánchez] não pode, nem deve, afetar a relação entre a sociedade e a comunidade".

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Mondino esclareceu que a Espanha é de "importância monumental" para a Argentina e que o conflito atual, do ponto de vista das relações exteriores, "não deve ser algo que afete os próximos 20 ou 30 anos".

O governo de Milei insiste que não pedirá desculpas ao governo espanhol, depois que o presidente libertário criticou o socialismo durante um evento do partido espanhol Vox, de direita, no último domingo (19), descrevendo Sánchez como "um tipo de pessoa ancorada ao poder" e chamando sua esposa, Begoña Gómez, de "corrupta". Gómez está sendo investigada neste momento pela Justiça espanhola por suposto tráfico de influência, após ser denunciada por uma organização.

Como resultado dessas declarações, o governo espanhol reagiu chamando de volta sua embaixadora em Buenos Aires, María Jesús Alonso, que teve uma breve conversa no domingo com Mondino, para consultas e solicitou que Milei pedisse "desculpas públicas".

Nesta segunda-feira (20), o governo argentino pediu que as autoridades espanholas se desculpassem por terem chamado Milei de "odiador", "negacionista", "consumidor de substâncias", "autoritário", "antidemocrático" e "muito ruim".

Em sua primeira entrevista após retornar da Espanha na segunda-feira, Milei chamou o chefe do Governo espanhol de "covarde" e vinculou o conflito diplomático à força política kirchnerista na Argentina e a aproximação que Sánchez tinha com ex-presidente argentino Alberto Fernández (2019-2023).

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Milei descreveu a retirada da embaixadora espanhola de seu país como "bobagem" e "palhaçada".

Mondino disse que essa questão, a crise intensificada pela Espanha, a "surpreendeu" porque o comentário feito por Milei em referência a Begoña Gómez no evento do Vox "foi um comentário muito lateral", "onde ninguém em particular é citado" e que em um discurso de dez páginas "há apenas uma frase" sobre o assunto.

"Não se trata de uma queixa contra a Espanha. Não é nem mesmo um insulto a uma pessoa na Espanha, mas cada um interpreta como quiser", enfatizou Mondino. (Com Agência EFE)

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