A era de viagens por uma Europa sem fronteiras, que já durava duas décadas, sofreu um duro golpe nesta segunda-feira (14), quando países do continente impuseram controles em suas divisas em reação ao influxo inédito de imigrantes.

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A decisão surpreendente da Alemanha de reinstaurar os controles fronteiriços no domingo teve um efeito dominó rápido, forçando vizinhos a fechar suas próprias fronteiras enquanto milhares de refugiados seguiam para o norte e o oeste da Europa.

A Áustria acionou os militares para proteger sua divisa com a Hungria depois que milhares de imigrantes a cruzaram a pé de domingo para segunda-feira, lotando acomodações temporárias em barracas e estacionamentos de estações de trem.

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“Se a Alemanha realiza um controle em sua fronteira, a Áustria precisa adotar um controle fronteiriço reforçado”, disse o vice-chanceler austríaco, Reinhold Mitterlehner, em uma coletiva de imprensa com o chanceler Werner Faymann. “Estamos fazendo isso agora”.

Ele e Faymann disseram que o Exército será mobilizado em um papel secundário. “O foco do apoio é a ajuda humanitária”, afirmou Faymann. “Mas é também, e eu gostaria de enfatizar isso, no apoio ao controle da fronteira onde for necessário”.

A Eslováquia também declarou que irá fechar suas divisas com a Áustria e a Hungria.

As medidas são a maior ameaça ao Tratado de Schengen, que a partir de 1995 eliminou postos de fronteira em toda a Europa e, juntamente com a adoção do euro como moeda comum, é uma das conquistas mais transformadoras da integração continental.

Os 26 países europeus na área coberto pela tratado emitem vistos em comum e não vigiam as fronteiras entre si. Divisas que foram disputadas durante séculos e que estrangulavam o tráfego e o comércio até poucos anos atrás hoje exibem pouco mais do que placas indicativas nas rodovias do maior bloco econômico do mundo.

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Mas as regras ainda proíbem que imigrantes sem documentos viajem dentro dessa zona, embora ofereçam poucos mecanismos para detê-los. Isso criou um caos com a chegada recente de milhares de pessoas, entre elas refugiados de conflitos no Oriente Médio, às extremidades sul e leste do bloco, que rumam para nações mais ricas e acolhedoras no norte e no leste em busca de asilo.