A crise argentina poderá provocar “um efeito de derrame para os países vizinhos”, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). Esse impacto negativo na região poderá ocorrer caso o Orçamento de 2019, cujo objetivo é reduzir o déficit fiscal argentino a zero, não for aprovado pelo Congresso, e se a atual recessão do país se agravar ainda mais. Estas foram as palavras de Nigel Chalk, diretor responsável pelo hemisfério ocidental no FMI e supervisor da Argentina na entidade, e que apresentou, na sexta-feira, em Bali, um resumo da situação do país. Para evitar esse cenário, diz Chalk, “talvez seja necessário repensar a política de ajustes”.
Na terça-feira, foi divulgado um novo cálculo de redução de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) da Argentina para 2018, de -2,6%. A previsão inicial do governo era de aumento de 2% da economia neste ano.
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O FMI reiterou sua confiança na recuperação da Argentina, país para o qual liberou uma linha de crédito de US$ 57 bilhões (R$ 213,5 bilhões). O organismo multilateral, porém, reconhece que há dificuldades por parte do país vizinho de cumprir as metas – entre elas, além da redução do déficit fiscal, a diminuição da inflação. O Fundo calcula que, em 2018, a Argentina fechará com uma inflação entre 40% e 45%, quando a meta do governo era de 15%.
O informe do FMI chega em um dia tenso, em que o governo anuncia que os aumentos de gás serão maiores do que o antecipado, e chegará a 35%. Nos próximos dias, preparam-se anúncios no aumento do transporte e do Imposto de Valor Agregado (IVA, correspondente ao ICMS no Brasil).
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