Setores da diplomacia brasileira acreditam que os conflitos travados na Bolívia poderão servir para reafirmar as relações do país andino com o Brasil, uma vez que o presidente Evo Morales, fragilizado politicamente, necessitaria de apoio no caso de um acirramento das tensões internas com os separatistas.
Segundo reportagem publicada pelo jornal O GLOBO nesta segunda-feira, especialistas afirmam que não seria bom para a Bolívia endurecer sua relação com o Brasil na questão da desapropriação da Petrobras e o anunciado confisco do caixa da empresa estatal.
Forças separatistas da Bolívia, concentradas nos departamentos de Santa Cruz, Pando, Beni e Tarija, ameaçam com conflitos armados caso a autonomia da região não seja contemplada na carta Magna da nova Constituição do país.
O assessor especial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, evitou comentários sobre a ação dos separatistas bolivianos, mas afirmou:
- O Brasil acredita que o presidente Evo Morales tem o controle da situação.
Segundo fontes do Itamaraty, o Brasil não apóia nenhum movimento separatista, defende a solução negociada para o impasse e ressalta a importância de o presidente Evo Morales ter sido eleito democraticamente.
O governo brasileiro também não vê com bons olhos a possibilidade de o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, intervir militarmente na Bolívia. Segundo fontes do governo brasileiro, para Morales se fortalecer e, com isso, inviabilizar os planos dos separatistas, é preciso ter mais recursos para desenvolver a Bolívia. Por isso, voltam a afirmar, a disputa comercial com o Brasil só prejudica a própria Bolívia.
O Ministério da Defesa não quis comentar a reportagem do GLOBO sobre o movimento separatista, alegando que são questões de política externa. O Itamaraty também não se pronunciou.
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