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O petróleo de Muamar Kadafi virou arma política, dentro e fora da Líbia, e sua cotação voltou a explodir. Ontem, rebeldes anunciaram que tomaram poços e dutos no sul do país, enquanto o ditador líbio ameaçou a comunidade internacional com o fechamento das torneiras das refinarias.

Fora do país, o governo saudita começou a negociar o abastecimento extra de petróleo para os países que dependiam do fornecimento da Líbia e, assim, acalmar os mercados. Mas os presidentes da Venezuela, Hugo Chávez, e do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, declaram que são contrários a uma decisão da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) de aumentar a produção nesse momento, rachando o cartel. Com o uso político do petróleo dentro e fora da Líbia, o barril se aproximou dos US$ 120 e a crise no norte da África já afeta a Europa, que recebe 80% do petróleo de Kadafi. A gasolina já deu sinais de subir, refinarias começam a ter dificuldades e empresas aéreas prometem repassar os preços do combustível aos passageiros.

Uma semana depois da eclosão dos conflitos, a Líbia está produzindo menos 25% do seu volume normal. Ontem, Kadafi usou sua declaração à TV estatal para fazer uma ameaça à União Europeia e à comunidade internacional. "Se os cidadãos não vão trabalhar, o abastecimento de petróleo será cortado." Enquanto falava, o preço do barril registrava a alta de 10% na semana e o maior valor em mais de 30 meses.

A fala de Kadafi foi seguida por declarações de rebeldes de que todos os campos no sul da Líbia já não estavam sob o controle do governo. A meta dos rebeldes é secar a fonte de renda do governo. No caso da Líbia, 90% da arrecadação vem do petróleo. Diante do risco de desabastecimento, os sauditas tomaram a iniciativa de negociar um novo fornecimento, uma medida que viria acompanhada de alta na produção do cartel do petróleo. Em Riad, a constatação foi de que até a recuperação da economia mundial estaria ameaçada e um preço "justo" para o barril seria algo entre US$ 70 e US$ 80. Mas nem todos na Opep concordam com os sauditas. Irã e Venezuela rejeitam a ideia de alta na produção, que faria os preços voltarem abaixo de US$ 100. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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