Catherine Ashton, chefe da diplomacia europeia, afirmou ontem que a crise no Mali ameaça diretamente a União Europeia e prometeu apoio logístico e financeiro à intervenção no país.
"Sob nenhuma circunstância podemos ficar indiferentes", disse, no Parlamento Europeu. Em seguida, afirmou que os países europeus irão treinar o Exército do Mali "o mais rápido possível".
A França começou ontem a deslocar tanques para combater radicais islâmicos que controlam o norte do país, muitos ligados à rede Al-Qaeda.
São hoje 1.700 militares no combate, mas a previsão é de que cheguem a 2.500.
Diversas nações europeias, além dos EUA e do Canadá, ofereceram apoio à França, com contribuições em áreas como transporte e logística.
Entre os impactos do avanço islamita no Mali está o tráfico de drogas e o sequestro de europeus, crimes que financiam grupos armados como o Ansar al Din e a franquia da Al-Qaeda no norte da África.
Também há o temor de atentados na Europa.
Diante da situação crítica, o Conselho de Segurança da ONU havia aprovado, em dezembro, uma intervenção no país apenas após que o Exército do Mali fosse treinado. A França apressou os trâmites na sexta-feira, diante dos avanços islamitas.
Os ataques franceses foram intensificados ontem, enquanto Paris espera a chegada de um contingente de tropas africanas. François Hollande, presidente da França, indicou que o país não tem a intenção de continuar a liderar a intervenção.
Nações africanas, que devem assumir a dianteira na intervenção, aumentaram o número de homens a serem deslocados ao país.
Avanço
Militantes islamitas avançam no Mali desde janeiro de 2012, quando uma revolta tomou o norte do país. Aproveitando o vácuo de poder criado por um golpe de Estado de março do ano passado, rebeldes ganharam terreno.
O fundamentalismo da Al-Qaeda, enfraquecido pela intervenção americana, tem migrado do Paquistão e Afeganistão para regiões como Iêmen, Somália e Mali.
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