Os Estados Unidos admitiram estar preocupados, mas decidiram manter distância da crise que a administração pró-americana no Paquistão enfrenta desde a perda, no domingo, do apoio do segundo maior partido da coalizão. Washington teme que uma interferência aumente a instabilidade em um país considerado fundamental na Guerra do Afeganistão. Em Islamabad, as negociações políticas prosseguiram ontem, com o presidente Asif Ali Zardari expressando apoio ao premiê Yusuf Raza Gilani e seu Partido do Povo do Paquistão (PPP).
Segundo autoridades americanas, a crise é uma questão doméstica do Paquistão e os EUA não podem se envolver. Ao mesmo tempo, a administração de Barack Obama deixou claro ser a favor de uma estabilidade política em Islamabad para não haver ainda mais obstáculos na luta contra o Taleban e a Al-Qaeda no vizinho Afeganistão e também em áreas paquistanesas.
No domingo, o partido Movimento Muttahida Qaumi (MQM, na sigla em inglês) decidiu deixar a coalizão de Gilani e ir para a oposição com o argumento de que discorda da política de preços dos combustíveis da administração atual. Esta decisão do governo foi acertada com o Fundo Monetário Internacional (FMI) para a liberação de um empréstimo de cerca de US$ 11 bilhões em 2008. Analistas diziam ontem em jornais paquistaneses que o partido estaria apenas barganhando para reatar com o PPP em uma posição mais privilegiada.
O gabinete do presidente Zardari, que pertence ao mesmo partido de Gilani, divulgou comunicado dizendo ter "total confiança no primeiro-ministro" e se posicionou "solidamente em apoio a ele para impedir qualquer tentativa de desestabilizar a coalizão de governo". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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