Visão geral de uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas durante a sessão da Assembleia Geral da ONU| Foto: EFE

Diplomatas tentaram nesta quinta-feira evitar um confronto sobre o pedido palestino de reconhecimento pleno da ONU à criação de um Estado da Palestina, mas, a 24 horas do prazo fatal, não parece haver sinais de acordo.

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O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, roubou por alguns instantes a cena na reunião anual da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas ao acusar os EUA de usarem os atentados de 11 de setembro de 2001 como pretexto para os ataques ao Irã e Afeganistão, e ao condenar o Ocidente por supostamente apoiar o sionismo.

Mas logo as atenções se voltaram novamente para a crise iminente que paira sobre o encontro deste ano -- a decisão palestina de formalizar na sexta-feira seu pedido ao Conselho de Segurança para que reconheça a sua independência como Estado.

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Os EUA querem que os palestinos retomem as negociações com Israel em vez de buscarem o reconhecimento da ONU, e ameaçam usar seu poder de veto no Conselho de Segurança -- apesar do isolamento político que isso acarretaria.

Num sinal de que a influência dos EUA sobre esse processo se tornou limitada, o presidente Barack Obama se reuniu na quarta-feira com os chefes de governo israelense e palestino, mas não conseguiu demover o presidente palestino, Mahmoud Abbas, da sua intenção de solicitar a adesão à ONU.

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, que também participou das reuniões, disse que os EUA continuarão pressionando por uma paz durável e negociada.

"A despeito do que acontecer amanhã na ONU, continuaremos focados no dia seguinte", afirmou ela a jornalistas.

Os diplomatas trabalham com vários cenários para tentar conter o dano. Num deles, o Conselho de Segurança deixaria o assunto em "banho-maria", dando ao "Quarteto" de mediadores do Oriente Médio -- EUA, Rússia, União Europeia e ONU -- mais tempo para buscar a retomada do processo de paz direto.

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Outra opção, sugerida pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, seria os palestinos desistirem de pleitear a adesão plena à ONU, o que exigiria a votação no Conselho de Segurança, e requererem a elevação do atual status de "entidade observadora" para a de "Estado não-membro". O processo de paz seria retomado paralelamente a isso.

Para receber o status de "Estado não-membro", bastaria aprovação da Assembleia Geral, onde os EUA não têm poder de veto. Não está claro se, nesse cenário, os palestinos insistiriam no direito de submeter os israelenses a tribunais internacionais de crimes de guerra ou a outros fóruns -- algo a que Israel se opõe.

Pelo plano de Sarkozy, as negociações seriam retomadas em um mês, com um acordo sobre fronteiras e segurança dentro de seis meses, e a conclusão do acordo de paz definitivo daqui a um ano.

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