A presidente Cristina e o colega Chávez: métodos cada vez mais parecidos| Foto: Marcos Brindicci/Reuters

Chávez encerra racionamento em Caracas

Agência Estado

O presidente da Venezuela, Hu­­go Chávez, suspendeu o racionamento de energia em Caracas, um dia depois de o plano ter sido lançado em meio a críticas generalizadas e muita confusão. "Vinte e quatro horas depois de ter ativado o plano de racionamento de eletricidade, detectamos efeitos indesejados em Caracas", disse Chávez, durante uma entrevista por telefone à tevê estatal. "Então eu ordenei a suspensão." Entre os problemas, ele mencionou que os funcionários do setor elétrico es­­tavam cortando a energia de lo­­cais onde não deveriam fazê-lo e perigosos congestionamentos de trânsito causados por semáforos apagados.

O presidente disse também que demitiu o ministro da Eletri­­cidade, Angel Rodriguez, que havia sido nomeado há dois me­­ses para o cargo recém-criado.

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A crise na Argentina cresce em razão da falta de acordo entre os parlamentares da comissão en­­carregada de analisar a validade dos Decretos de Necessidade e Ur­­gência (DNU), equivalente às Me­­didas Provisórias do Brasil, baixados pela presidente Cris­­tina Kirchner e que detonaram um conflito no sistema financeiro.

Os líderes governistas rejeitaram as propostas da oposição so­­bre o DNU de exoneração do presidente do Banco Central, Martín Redrado, e o DNU que permite o uso das reservas in­­ternacionais do BC por meio do chamado Fun­­do do Bicente­­ná­­rio, criado para pagar os serviços da dívida pública em 2010.

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Para ganhar tempo, a oposição rejeitou um dos três juízes da Câmara de Contencioso Ad­­mi­­nistrativo, responsável pelo julgamento dos recursos interpostos pelo governo contra sentenças de primeira instância que anularam ambos os decretos. Ago­­ra, esta instância do Ju­­di­­ciá­­rio terá de convocar outro magistrado, processo que soma mais tempo na busca de uma solução para o problema.

Há uma semana que a Ar­­gen­­tina está mergulhada em uma crise político-institucional pro­­vo­­cada pela tentativa do go­­ver­­no de usar US$ 6,5 bilhões das reservas.

Diante da resistência de Re­­drado em cumprir as ordens da Casa Rosada, Cristina Kirchner o demitiu por decreto, mas ele conseguiu o aval da Jus­­tiça para manter-se no cargo.

A Corte Suprema, equivalente ao Supremo Tribunal Federal bra­­sileiro, e o candidato do go­­ver­­no a assumir a presidência do BC, Mario Blejer, pediram à presidente que faça um acordo público com Redrado e a oposição para solucionar o impasse. Porém, o pe­­dido parece não ter sido escutado.

Embargo

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Martín Redrado, que se mantém no cargo por medida judicial, afirmou na noite de ontem que as contas da autoridade monetária no Federal Reserve (Fed), nos Es­­tados Unidos, continuavam congeladas. A declaração desmen­­tiu informação do governo de que o juiz norte-americano, Thomas Griesa, havia suspendido o em­­bargo dos ativos.

Em entrevista à emissora de tevê Todo Notícias, Redrado estimou que os embargos deverão ser suspensos na próxima semana. Segundo ele, "não há razão" para que as contas continuem embargadas.