Bagdá - Ataques contra cristãos mataram pelo menos três pessoas e deixaram dezenas de feridos entre terça-feira e ontem em Bagdá, capital do Iraque. Os atentados com bombas e morteiros ocorrem dez dias após a invasão de uma igreja católica, com saldo de 52 mortos.
A minoria cristã teme que insurgentes muçulmanos sunitas estejam tentando expulsá-los do país e reabrir o conflito sectário iraquiano. Muitos já falam em fugir do país, que vive sob tensão política desde as inconclusivas eleições de março, que causam disputas entre sunitas, xiitas e curdos pela formação do novo governo.
Bombas e granadas de morteiros explodiram em mais de 12 ataques contra alvos cristãos em Bagdá entre a noite de terça-feira e a madrugada de ontem, segundo autoridades. Uma fonte policial disse que havia três mortos e 37 feridos; outra fonte, do Ministério do Interior, falou em quatro mortos e 33 feridos. Ambas pediram anonimato.
Antecedentes
No último dia 31, 52 pessoas, entre reféns e policiais, foram mortas durante a invasão da catedral de Nossa Senhora da Salvação, no centro de Bagdá. Depois disso, o governo prometeu dar mais segurança aos cristãos. Dois dias após o incidente, uma série de explosões em bairros xiitas da cidade deixou pelo menos 63 mortos.
A funcionária pública cristã que vive no Acampamento Sara, Um Noora, de 46 anos, diz que ficou aterrorizada e está pensando em emigrar.
"Todo o meu corpo está tremendo. Não fui trabalhar ontem. Não deixei que minha filha fosse para a universidade. Não sabemos qual é o nosso destino, eles podem nos atacar a qualquer momento, só Deus sabe."
O patriarca Delly disse acreditar que os insurgentes estão tentando expulsar os cristãos do Iraque. "O Iraque é o nosso amado país, e os muçulmanos são nossos irmãos, então por que estão fazendo isso? Por que estão nos alvejando?".